Você
não precisa ser nenhum iniciado em economia austríaca para entender que o dólar
só tem uma trajetória: para baixo.
Basta
ver o que o Fed está fazendo com a base monetária
dos EUA e entender a lei da oferta e da demanda: o excesso de oferta vai
deprimir o valor da moeda americana - o que, aliás, já está acontecendo.
Já
o ouro, por outro lado, não apenas atingiu hoje sua máxima histórica, como vai manter sua tendência de alta - exatamente como os economistas da Escola
Austríaca, apesar do escárnio das outras escolas, previram. O ouro fechou em US$ 1.060,25 a onça-troy no
mercado spot e em US$ 1.061,40 a onça-troy no mercado futuro - o que, aliás,
pode ajudar as ações da Vale.
Há
vários motivos para essa alta histórica do ouro. Uma delas é a própria desvalorização do dólar
- temendo a inflação, os investidores correm para o ouro, que é o porto seguro.
Porém,
outro motivo que desencadeou essa alta do ouro foi uma reportagem publicada
pelo jornal britânico The
Independent. Logo no primeiro
parágrafo, lemos:
Na mais profunda mudança financeira na
recente história do Oriente Médio, os países do Golfo Pérsico estão planejando
- em conjunto com China, Rússia, Japão e França - abandonar o dólar nas
transações de petróleo, adotando em seu lugar uma cesta de moedas contendo o
iene japonês, o yuan chinês, o euro, o ouro e uma nova e unificada moeda
planejada para as nações do Conselho de Cooperação do Golfo, que inclui Arábia
Saudita, Abu Dhabi, Kuweit e Catar.
Vale
uma regra quase infalível: nunca acredite em algo até que alguém o negue. Dito e feito. Tão logo essa informação foi divulgada, o
banco central da Arábia Saudita se apressou em desmenti-la.
Segundo
a reportagem, a transição levaria nove anos, com finalização prevista para
2018. Vários comentaristas já estão
dizendo que tal arranjo não irá acontecer, levantando várias objeções à
sua praticabilidade. Bom, acontecer,
pode acontecer. Mas é fato que tais
arranjos envolvendo várias moedas de papel sempre naufragam. A questão é saber quando. Um dos argumentos utilizados por esses
comentaristas é que o elo dólar-petróleo, por ser antigo, dificilmente será
rompido, podendo durar ainda muito tempo.
Também procede, mas em última instância isso não altera a
inevitabilidade da substituição do dólar no futuro - a menos que um novo Paul
Volcker surja e eleve os juros para 20%.
Peter
Schiff prevê o ouro valendo US$ 5.000 daqui a alguns anos. Ele está investindo pesadamente na commodity.
Veja o vídeo.