O
discurso
de Dilma Rousseff durante a posse de Lula como Ministro-Chefe da Casa Civil demonstrou,
de forma cabal, que ela e todos os seus apoiadores vivem em um plano de
realidade imaginária.
Por isso, todas as menções que ela faz às instituições, ao respeito
à lei e à democracia devem ser entendidas à luz de um profundo rompimento com o
mundo real.
Há uma explicação para esse comportamento dissociado da
realidade.
No livro "The
End of Commitment: Intellectuals, Revolutionaries, and Political Morality",
o professor Paul Hollander mostra que, nos países comunistas, os defensores
fervorosos do regime tinham uma "capacidade elástica de tolerar ou recusar
determinadas ações políticas ou transgressões morais", e que essa tolerância
era determinada por aquilo que servia ou não ao partido e ao projeto de poder.
Segundo Hollander, esses crentes políticos (que ainda
existem e usam outras qualificações ideológicas e políticas) acreditam piamente
que
1) suas convicções e compromissos merecem todo o apoio e
dedicação;
2) os fins pretendidos são realizáveis e os meios usados na
sua procura, quaisquer que sejam, são aceitáveis e moralmente perfeitos;
3) sua postura tem sempre de ser a de proteger o objetivo
final contra quaisquer eventuais ameaças e ataques.
O governo do PT e todos os petistas e seus defensores
construíram sua própria realidade e querem encarcerar o Brasil nela. Mas não
contavam com aquela parcela da sociedade que se recusa a ser reduzida à mesma
estatura ética e moral deles.
O PT não é o Brasil. E o Brasil não é o PT.