segunda-feira, 27 jun 2022
O compêndio de incoerências e desconhecimentos
acerca de princípios básicos de economia é, literalmente, infinito. Ainda mais trágico
talvez seja o fato de que, na área social, o raciocínio crítico foi substituído
por aquilo que simplesmente "soa bonito".
A seguir, as melhores frases de três grandes
economistas do século XX que capturaram bem este espírito de desconsideração para
com o bom senso.
Thomas Sowell
Um dos mais lamentáveis sinais de nossos tempos é
que demonizamos aqueles que produzem, subsidiamos aqueles que se recusam a
produzir, e canonizamos aqueles que só fazem reclamar.
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Estamos nos movendo rapidamente em direção a uma sociedade em que ninguém é responsável por seus próprios atos, mas todos somos responsáveis pelo que alguém fez, seja no passado ou no presente.
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Se você vota em políticos que lhe prometem
benesses com o dinheiro dos outros, então você não tem o direito de reclamar
quando eles tomam o seu dinheiro e o distribuem para terceiros, inclusive para eles próprios
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É difícil imaginar uma maneira mais ignara e mais
perigosa de tomar decisões do que colocar essas decisões nas mãos de pessoas
que não pagarão preço nenhum por estarem erradas.
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Para sobreviver e progredir, seres humanos precisam saber pensar. Porém, estamos cada vez mais terceirizando esta função para acadêmicos, que por sua vez pautam o conteúdo da mídia. Tal terceirização de pensamento ajuda a explicar por que há hoje uma escassez de pensamentos originais e significativos.
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O argumento utilizado pelos defensores da saúde
pública é o de que os custos da saúde são altos demais. Sendo assim, a população não tem condições de arcar com médicos,
hospitais e remédios. Consequentemente, os serviços de saúde têm de ser
fornecidos pelo estado.
Mas se a população não pode bancar médicos,
hospitais e remédios, então como é que ela poderá bancar médicos, hospitais,
remédios e mais toda uma burocracia federal para administrar todo este sistema
de saúde estatal?
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Quando você quer um "serviço grátis", o que você
realmente está querendo é dar o seu dinheiro para um burocrata do estado, que
então irá repassá-lo terceiros escolhidos por políticos, os quais irão prover o
serviço de acordo com critérios especificados por burocratas e políticos, e não
por você, consumidor.
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A ciência econômica e a ciência política lidam com o
mesmo problema fundamental: a soma de tudo aquilo que as pessoas querem é maior
que tudo aquilo que já foi produzido. A demanda e os desejos são sempre maiores
que a oferta.
Economias de mercado lidam com este problema de
maneira simples e imbatível: por meio do sistema de preços. Os indivíduos são confrontados
com os custos de produzir tudo aquilo que querem, e então têm de fazer decisões
mutuamente excludentes de acordo com os preços que transmitem esses custos. Isso
gera prudência, frugalidade e disciplina, sempre de acordo com as circunstâncias
e preferências de cada indivíduo.
Por isso, a primeira lição da economia é a escassez: os recursos não são infinitos.
A quantidade de bens e serviços existentes nunca é o bastante para satisfazer
todos os desejos e necessidades das pessoas.
Já a primeira lição da política é desconsiderar a
primeira lição da economia.
A política lida com o mesmo problema da economia de
maneira oposta: fazendo promessas que não podem ser cumpridas, ou que só podem
ser cumpridas criando outros problemas que são ignorados no momento em que as
promessas são feitas.
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Sempre pedem que economistas prevejam como a
economia estará em uma data futura. Só que previsões econômicas envolvem prever
o que os políticos farão com a economia — e nada é mais imprevisível que isso.
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O governo, por definição, não tem como "criar
empregos".
Todos os recursos que o governo possui foram extraídos
do setor privado (via tributação ou empréstimos). Consequentemente, utilizar
esses recursos para criar empregos (seja na máquina pública, seja por meio de
obras públicas) significa reduzir a disponibilidade destes mesmos recursos para
criar empregos no setor privado.
Enquanto as pessoas forem incapazes de olhar para
além das aparências superficiais, os políticos continuarão brincando de Papai
Noel com todos os tipos de promessas mirabolantes, ao mesmo tempo em que deixam
um legado de ruínas e destruição pelo caminho — como um maior endividamento,
uma maior carga tributária e um maior desemprego, não obstante todos os
empregos "criados".
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Se houver alguma vaga no Livro Guinness dos Recordes
Mundiais para palavras que são repetidas frequentemente ao longo dos anos como sinônimo
de algo bom, mas sem qualquer evidência disso, "diversidade" seria uma
candidata imbatível.
A diversidade é necessária para gerar sociedades
robustas? A população homogênea do Japão deixou o país mais atrasado? Ou mesmo
a população homogênea (ainda que em menor grau) dos países escandinavos?
Os Bálcãs por acaso foram abençoados por sua
heterogeneidade — ou a própria palavra "balcanização" nos remete a séculos de
lutas, derramamento de sangue, e inenarráveis atrocidades, que duram até hoje?
A Europa se tornou um lugar mais seguro após importar
um vasto número de pessoas do Oriente Médio com uma cultura hostil aos mais
fundamentais valores da civilização ocidental?
Não é a diversidade mas sim a capacidade de superar
os problemas inerentes à diversidade o que torna uma nação forte e próspera.
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Se as instituições educacionais de hoje — desde
escolas a universidades — estivessem tão interessadas em diversidade de ideias
quanto estão obcecadas com diversidade racial e sexual, os estudantes ao menos
adquiririam experiência ao ver as pressuposições que existem por trás de
diferentes visões, e entenderiam a função da lógica e da evidência ao debaterem
tais diferenças.
No entanto, a realidade é que um estudante pode
passar por todo o seu ciclo educacional, desde o jardim de infância até seu
doutoramento, sem entrar em contato com absolutamente nenhuma visão de mundo
que seja fundamentalmente diferente daquela que prevalece dentro do espectro de
opiniões autorizadas e politicamente corretas que domina o nosso sistema
educacional.
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O fato mais fundamental sobre as idéias da esquerda política
é que elas não funcionam. Por isso, não é de se surpreender que a esquerda
esteja majoritariamente concentrada naquelas instituições onde idéies não têm
de funcionar para sobreviver.
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Dizer que a ganância é a causadora de algum problema
econômico específico é o mesmo que dizer que a gravidade é a culpada por
acidentes aéreos.
É fato que aviões não cairiam se não fosse pela
gravidade. Porém, quando milhares aviões voam milhões de quilômetros diariamente
sem cair, atribuir à gravidade a explicação por um desastre aéreo específico não
o levará a lugar nenhum. Tampouco terá algum efeito esclarecedor falar que um
problema específico foi gerado pela "ganância", a qual é uma constante tão inevitável
quanto a gravidade.
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Quando adolescentes criminosos e assassinos são
rotulados de "jovens problemáticos" por pessoas que se identificam
como sendo de esquerda, isso nos diz mais sobre a mentalidade da própria
esquerda do que sobre esses criminosos violentos propriamente ditos.
Raramente há alguma evidência de que os criminosos
sejam meramente 'problemáticos', e frequentemente abundam evidências de que
eles na realidade estão apenas se divertindo enormemente ao cometer seus atos
criminosos sobre terceiros.
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Os justiceiros sociais — também conhecidos como "Os
Ungidos" — jamais atribuem culpa ao indivíduo. Para eles, desgraças como
pobreza, sexo irresponsável e crime são causadas exclusivamente pela 'sociedade',
e não pelas escolhas e pelo comportamento do indivíduo.
Acreditar em coisas como 'responsabilidade
individual' seria abolir todo o papel especial desempenhado pelos Ungidos, que
se vêem como os únicos salvadores das pessoas tratadas injustamente pela 'sociedade'.
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É difícil encontrar um progressista que ainda não
tenha inventado uma nova "solução" para os "problemas" da
sociedade. Com frequência, tem-se a impressão de que existem mais soluções
do que problemas.
A realidade, no entanto, é que vários dos problemas
de hoje são resultado das soluções de ontem.
No cerne da visão de mundo da esquerda jaz a tácita
presunção de que pessoas imbuídas de elevados ideais e princípios morais — eles
próprios — sabem como tomar decisões para outras pessoas de forma melhor e
mais eficaz do que estas próprias pessoas.
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De acordo com a teoria defendida pelos adeptos da
redistribuição de renda, confiscar a riqueza das pessoas mais
bem-sucedidas e redistribuí-la para os mais pobres fará com que toda a
sociedade se torne mais próspera.
Só que, no mundo real, só é possível
confiscar a riqueza que já existe em um dado momento. Não é possível
confiscar a riqueza futura; e é menos provável que essa riqueza futura seja
produzida quando as pessoas se derem conta de que ela também será confiscada.
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O fato de que muitos políticos de carreira são
mentirosos descarados e compulsivos não é apenas uma característica inerente à
classe política; é também um reflexo do eleitorado. Quando as pessoas querem o
impossível, somente os mentirosos demagogos podem satisfazê-las.
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Será que é realmente tão surpreendente que eleitores
com expectativas fantasiosas e irreais elejam políticos que mentem
descaradamente sobre serem capazes de cumprir tais fantasias?
Promessas sublimes sobre "justiça social"
e "igualdade" não passam de estratagemas feitos para aumentar o poder
destes próprios políticos, uma vez que tais belas palavras não possuem nenhuma
definição concreta. Elas nada mais são do que um cheque em branco para
criar uma gigantesca disparidade de poder — a qual, em comparação, ofusca
completamente as disparidades de renda. E é muito mais perigosa.
Quem não entende o completo cinismo que existe na
política não entende nada de política.
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Walter
Williams
No infindável debate sobre "justiça
social", a definição de "justo" tem sido debatida por
séculos. No entanto, permita-me oferecer a minha definição de justiça
social: eu mantenho tudo aquilo que eu ganho com o meu trabalho e você mantém
tudo aquilo que você ganha com o seu trabalho.
Discorda? Então diga-me: qual porcentagem daquilo
que eu ganho "pertence" a você? Por quê?
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Democracia e liberdade não são sinônimos. A
democracia é apenas a irracionalidade das multidões; a liberdade é a soberania
do indivíduo.
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Os beneficiários de políticas protecionistas e de
políticas de subsídios sempre são muito visíveis. Já suas vítimas são
invisíveis. Os políticos adoram esse arranjo. E o motivo é simples:
os beneficiados sabem em quem devem votar em agradecimento ao arranjo; já as
vítimas não sabem quem culpar pelo desastre.
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O verdadeiro compromisso com a liberdade de expressão não está em permitir que as pessoas sejam livres para expressar apenas aquelas idéias com as quais concordamos, mas sim em tolerar aquelas idéias ou expressões alheias que nos ofendem.
Somos tolerantes quando respeitamos o dissenso, e não quando recriamos o consenso.
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Os especialistas da elite intelectual substituíram aquilo que funcionava por aquilo que "soava bonito". A sociedade era muito mais civilizada antes de os intelectuais assumirem o controle de nossas escolas, de nossas universidades, de nossos programas sociais, de nossas polícias, e de nossos tribunais. Já passou da hora de descartarmos essas pessoas e retornarmos ao bom senso.
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As pessoas estão cada vez mais obcecadas com as diferenças nas rendas monetárias. Pior ainda é o salto lógico que elas fazem: ao verem que há grandes diferenças entre as rendas monetárias de cada indivíduo, elas imediatamente concluem que há algo de errado e que isso requer uma "correção", sendo que essa correção sempre envolve conceder a um pequeno número de políticos e funcionários públicos uma fatia enormemente desigual de poderes coercitivos sobre todo o resto da humanidade.
Tais pessoas operam sob a suposição de que a quantidade total de riqueza material no mundo é fixa e já está dada, devendo apenas ser redistribuída "de maneira mais justa". Tal raciocínio demonstra um claro desconhecimento de como ocorre todo o processo de criação de riqueza, de crescimento econômico e, consequente, do aumento do bem-estar de todos.
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Qual motivação humana foi a responsável por criar as coisas mais fabulosas que existem? Eu diria que foi a ganância.
Quando uso o termo ganância, não me refiro a trapaças, roubos, fraudes e outros atos de desonestidade. Refiro-me apenas ao ato de indivíduos quererem melhorar ao máximo suas próprias vidas. Alguns preferem utilizar o termo "interesse próprio", "egoísmo racional" ou "ambição iluminada". Eu prefiro o termo ganância.
Infelizmente, muitas pessoas são ingênuas o bastante ao ponto de acreditar que compaixão, preocupação e "entender a dor do outro" são atos moralmente superiores. Agindo assim, elas se tornam vítimas fáceis de charlatães, impostores, escroques e vigaristas.
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O capitalismo de livre mercado foi a melhor coisa que já aconteceu para o cidadão comum.
Os ricos sempre tiveram acesso ao entretenimento, e quase sempre podiam fazê-lo do conforto de seus palácios e mansões. Os ricos nunca tiveram de vivenciar o trabalho extenuante e maçante de limpar seu próprio carpete, passar a própria roupa, ou passar o dia todo mourejando em um forno quente para ter um jantar decente. Eles sempre puderam pagar pessoas para fazer isso para eles.
Já a produção em massa possibilitada pelo capitalismo fez com que rádios e televisores, aspiradores de pó, máquinas de lavar e de costurar, e fornos microondas estivessem amplamente disponíveis e ao alcance do cidadão comum, poupando-o dos estafantes e monótonos trabalhos pesados do passado.
Hoje, o cidadão comum tem o poder de usufruir muito mais tempo livre, e com mais qualidade de vida, do que os ricos do passado podiam.
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Para os adeptos do multiculturalismo e da
diversidade, coisas como cultura, ideias, costumes, artes e habilidades são uma
questão racial, e são determinadas pelo grupo ao qual você pertence. Para
tais pessoas, assim como um indivíduo não tem controle sobre a raça a que
pertence, ele também não tem controle sobre sua cultura.
Essa é uma ideia racista, mas é um racismo politicamente
correto. Ela diz que as convicções, os valores e o caráter não são
determinados pelo discernimento pessoal e pelas escolhas feitas, mas sim
determinados geneticamente. Em outras palavras, como os racistas de
outrora afirmavam: a raça determina a identidade.
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Lawrence Reed
Você já notou como os estatistas estão
constantemente "reformando" seu próprio trabalho? Reforma tributária, reforma
trabalhista, reforma política, reforma previdenciária, reforma educacional, reforma
sindical, reforma da saúde.
O simples fato de eles sempre estarem ocupados "reformando"
suas obras é uma admissão implícita de que eles não acertaram nada nas outras 50
vezes que tentaram.
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Para a esquerda progressista, dado que as pessoas
não são decentes e compassivas o bastante para ajudar seus semelhantes que
estão na aflição, a solução é eleger políticos que sejam mais decentes e
compassivos do que essas pessoas egoístas.
Esses políticos irão confiscar o dinheiro dessas
pessoas egoístas — sob a ameaça de aprisionamento caso haja resistência —,
repassá-lo para uma custosa e ineficiente burocracia, e gastar o que sobrar com
os pobres, não para realmente solucionar o problema da pobreza, mas sim para
torná-lo perpétuo de maneira a criar uma dependência sem fim.
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O que dizer dos programas de transferência de renda,
cujo dinheiro, em grande parte, não vai para os pobres, que ficam com as
migalhas, mas sim para os próprios membros da burocracia que coordena todo o
esquema, para os consultores, e para as empreiteiras que constroem as moradias
populares?
Os pobres são maldosa e intencionalmente
transformados em uma subclasse perpétua, dependente do governo, para que
membros da burocracia e empresários ligados ao governo possam viver
confortavelmente bem à custa de todo o resto da sociedade. O estado
assistencialista fez com que praticamente não haja mais uma genuína mobilidade
social. Os degraus mais baixos da escada foram retirados em nome da
compaixão.
Ser um progressista significa jamais ter de pedir
desculpas. Suas boas intenções valem mais que todos os resultados
efetivamente obtidos.
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Os progressistas de hoje pensam e agem como se
houvessem acabado de chegar de um universo paralelo:
a) Um endividamento trilionário significa que o
governo federal ainda não gastou o bastante para resolver nossos
problemas.
b) Pessoas se tornam instantaneamente mais honestas,
competentes e preocupadas com o povo tão logo são eleitas para cargos
públicos.
c) Se você obrigar patrões a pagar salários maiores
do que a produtividade de seus empregados, eles ainda assim continuarão contratando
mais pessoas, aceitando heroicamente seus prejuízos.
d) Regulamentações sempre fazem o bem, pois seus
defensores têm boas intenções.
e) Confiscar dinheiro de terceiros por meio da
tributação é algo perfeitamente correto e moral caso seja direcionado para
"coisas boas".
f) Civilizações ascendem e se tornam grandiosas ao
punirem o sucesso e subsidiarem o fracasso. E entram em colapso quando
adotam a liberdade e a livre iniciativa.
g) As pessoas têm o direito de ter tudo aquilo que
quiserem, e devem exigir que os outros paguem, como educação gratuita, saúde
gratuita, transporte gratuito e aborto gratuito.
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Quanto mais o governo cresce, mais pessoas sem
caráter ele atrai. Óbvio: o prêmio almejado por esse gente é o poder de mandar
em nossas vidas e a licença para controlar um orçamento trilionário, comprando
favores com o dinheiro dos outros e ganhando agrados. A consequência
inevitável disso é a deterioração do caráter de quem está em busca desse
prêmio.
Quanto mais o estado cresce, mais a liberdade do
indivíduo honesto encolhe em prol do crescimento dos escroques. O poder atrai
pessoas ruins e pessoas ruins não saem de cena sem causar estragos.
Governo grande, com grandes poderes, atrai gente sem
caráter. Os progressistas de esquerda,
que são os mais incansáveis defensores desse arranjo, parecem simplesmente não
entender isso.