quarta-feira, 20 jul 2016
No mundo contemporâneo, é dado como um fato
consumado que o capitalismo de livre de mercado, com a sua concorrência entre
produtores e a busca pelo lucro, se baseia no egoísmo e gera egoísmo.
Já o socialismo, e todo o suposto assistencialismo
que ele gera, seria baseado na abnegação e na bondade, produzindo ainda mais abnegação
e bondade.
A verdade é que a realidade é exatamente oposta.
Quaisquer que sejam suas autoproclamadas intenções,
o socialismo — e todo o seu assistencialismo — produz indivíduos mais egoístas
e uma sociedade muito mais egocêntrica do que uma economia de livre mercado
jamais seria capaz de fazê-lo.
Pior: tão logo esse egocentrismo se torna difuso, é
praticamente impossível revertê-lo.
E essa corrupção da mente ocorre em todos os países,
independentemente de sua renda.
Eis um exemplo: em 2010, o presidente dos EUA,
Barack Obama, fez um discurso para uma enorme platéia formada por universitários. Em um momento do seu discurso, ele anunciou
que, após o governo ter adotado algumas medidas coercivas, as pessoas jovens
agora poderiam permanecer usuárias dos planos de saúde dos pais até os 26 anos
de idade.
Em toda a minha vida, não me lembro de já ter ouvido
aplausos mais estrondosos e prolongados do que aqueles que ouvi naquele
dia. Houvesse o presidente anunciado a
descoberta da cura do câncer, é altamente duvidoso que os aplausos teriam sido tão
ruidosos ou prolongados quanto.
Mas, afinal, por que esses jovens estavam tão felizes? O governo lhes dizer que agora podem
permanecer dependentes de seus pais até os 26 anos de idade é algo que deveria
ser visto por um jovem como totalmente humilhante e aviltante. No entanto, a mentalidade assistencialista
faz com que essa degradação seja vista como algo libertador.
Ao longo da história ocidental, o grande objetivo
dos jovens sempre foi o de se tornar adultos maduros e independentes — começando
pela independência em relação aos pais. O
socialismo e o assistencialismo estatal, no entanto, destroem essa aspiração.
Em vários países europeus já é cada vez mais comum
jovens morarem com seus pais até depois dos 30 anos de idade. Com alguma frequência, até os 40 anos.
E
por que não? Sob um estado
assistencialista, a pessoa cuidar de si própria e assumir responsabilidade pelo
próprio sustento não mais é uma virtude.
E por que é assim?
Porque o governo está cuidando de você.
Portanto, o socialismo possibilita — e, como
resultado, produz — pessoas cujas preocupações se tornam cada vez mais egocêntricas:
# Quantos e quais benefícios irei receber do
governo?
# O governo pagará por minha educação?
# O governo pagará por minha saúde?
# O governo cuidará de mim caso eu não queira
trabalhar?
# Qual é o mais cedo em que posso aposentar?
# O governo cuidará de mim em minha velhice?
# A quantas férias pagas tenho direito?
# Se eu for demitido, quanto meu ex-patrão terá de
me pagar para me prover conforto?
# Quantos dias posso faltar ao meu trabalho sem
receber desconto no salário?
# Quantas semanas de licença maternidade ou licença paternidade
pagas tenho o direito de ter?
E, assim, cada benefício social se torna um "direito
adquirido".
Mas ainda não terminou. Há efeitos ainda mais devastadores do
socialismo.
A sensação de se ter "direitos adquiridos" cria cidadãos
sem aquele traço característico que todo e qualquer ser humano deveria ter: a gratidão.
É impossível ser feliz sem ser grato, e é impossível
ser uma boa pessoa se você não tem gratidão.
É por isso que constantemente falamos para nossos filhos: "Diga 'obrigado'!"
Mas o socialismo e a mentalidade assistencialista
destroem isso. Afinal, por que uma
pessoa seria grata por receber um benefício social? Quem seria grato por receber "aquilo a que
tem direito"?
Portanto, em vez de dizer "obrigado" aos pagadores
de impostos que lhe provêem benesses, o cidadão de um estado assistencialista é
ensinado a dizer: "O que mais tenho o direito de receber? Quero mais, mais e mais!".
E, ainda assim, a esquerda insiste que é o
capitalismo e o livre mercado, e não o socialismo, que produz pessoas egoístas.
A verdade é que o capitalismo e o livre mercado não apenas
produzem pessoas muito menos egocêntricas, como ainda geram pessoas muito mais
preocupadas em agradar aos outros.
O capitalismo de livre mercado requer ações e
interações voluntárias entre os indivíduos.
No livre mercado, não há coerção e ninguém é obrigado a sustentar
terceiros. Não há subsídios, não há
tarifas protecionistas, ninguém é impedido de empreender livremente, e não há
barreiras governamentais à entrada de concorrentes em qualquer setor do mercado
(como ocorre em setores regulados por agências reguladoras).
Em um livre mercado, se eu quero algo de você, então
eu tenho de fazer algo por você.
Consequentemente, como explicado neste artigo:
Um
dos mais belos aspectos de uma economia de mercado é que ela é capaz de domar
as pessoas mais egoístas, ambiciosas e talentosas da sociedade, fazendo com que
seja do interesse financeiro delas se preocuparem dia e noite com novas
maneiras de agradar terceiros. Empreendedores conduzem a economia de mercado,
mas a concorrência entre empreendedores é o que os mantém honestos.
Ensinar as pessoas a trabalhar, a gerar valor, a
satisfazer os desejos e as necessidades de terceiros, e, principalmente, a
assumir responsabilidade pela própria vida.
Acima de tudo: ensinar que elas devem produzir para ganhar algo em
troca.
Isso gera pessoas menos egocêntricas, e não mais egocêntricas.
O capitalismo e o livre mercado ensinam as pessoas a
trabalhar mais, a produzir mais e a gerar mais valor; o socialismo e a
mentalidade assistencialista ensinam as pessoas a exigir cada vez mais benesses
e a terceirizar o comando de suas vidas para o estado.
Qual atitude você acredita que gera uma sociedade
melhor?