Os seres humanos têm apenas duas maneiras de lidar
uns com os outros: por meio da razão e por meio da força.
Se você quer que eu faça algo por você, há duas
opções: ou você me convence por meio de um argumento racional ou você recorre à
ameaça de violência.
Toda e qualquer interação humana necessariamente
recai em uma dessas duas categorias. Sem exceção. Razão ou
força. E só.
Em uma sociedade genuinamente moral e civilizada, as
pessoas interagem exclusivamente por meio da persuasão. A força não é um
método válido de interação social.
Sendo assim, e por mais paradoxal que isso possa
parecer para alguns, a única ferramenta que pode remover a força dessa lista de
opções é uma arma de fogo pessoal.
E o motivo é simples: quando estou portando uma arma
de fogo, você não pode lidar comigo por meio da força. Você terá de
utilizar apenas a sua razão e a sua inteligência para tentar me
persuadir. Portando uma arma de fogo, eu tenho uma maneira de neutralizar
a sua ameaça ou o seu uso da força.
A arma de fogo é o único objeto de uso pessoal capaz
de fazer com que uma mulher de 50 kg esteja em pé de igualdade com um agressor
de 100 kg; com que um octogenário esteja em pé de igualdade com um marginal de
20 anos; e com que um cidadão sozinho esteja em pé de igualdade com 5 homens
carregando porretes.
A arma de fogo é o único objeto físico que pode
anular a disparidade de força, de tamanho e de quantidade entre um potencial
agressor e sua potencial vítima.
Há muitas pessoas que consideram a arma de fogo como
sendo o lado ruim da equação, a fonte de todas as coisas repreensíveis que
acontecem em uma sociedade. Tais pessoas acreditam que seríamos mais
civilizados caso todas as armas fossem proibidas: segundo elas, uma arma de
fogo facilita o "trabalho" de um agressor.
Mas esse raciocínio só é válido, obviamente, se as
potenciais vítimas desse agressor estiverem desarmadas, seja por
opção ou por decreto estatal. Tal raciocínio, porém, perde sua validade
quando as potenciais vítimas também estão armadas.
Pessoas que defendem a proibição das armas estão, na
prática, clamando para que os mais fortes, os mais agressivos e os mais
fisicamente capacitados se tornem os seres dominantes em uma sociedade — e
isso é exatamente o oposto de como funciona uma sociedade civilizada.
Um criminoso só terá uma vida bem-sucedida caso viva
em uma sociedade na qual o estado, ao desarmar os cidadãos pacíficos, concedeu
a ele o monopólio da força. Quando as armas são restringidas por lei, não há
nenhum motivo para se acreditar que criminosos irão obedecer a esta lei. Pessoas
que utilizam armas para infringir a lei também infringirão a lei para obter
armas. A máxima segue irrefutável: se as armas forem criminalizadas, apenas os
criminosos terão armas.
E há também o argumento de que uma arma faz com que
aquelas brigas mais corriqueiras, as quais em outras circunstâncias resultariam
apenas em pessoas superficialmente machucadas, se tornem letais. Mas esse
argumento é multiplamente falacioso.
Em primeiro lugar, se não houver armas envolvidas,
todos os confrontos serão sempre vencidos pelo lado fisicamente superior, o
qual irá infligir lesões e ferimentos avassaladores ao mais fraco. Sempre.
Ademais, pessoas que acreditam que punhos cerrados,
porretes, pedras, garrafas e cacos de vidro não constituem força letal
provavelmente são do tipo que acreditam naquelas cenas fantasiosas que vêem nos
filmes, em que pessoas tomam variados socos, pauladas e garrafadas na cabeça e
ainda continuam brigando impavidamente, no máximo com um pouco de sangue nos
lábios.
O fato de que uma arma de fogo facilita o uso de
força letal é algo que funciona unicamente em prol da vítima mais fraca, e não
em prol do agressor mais forte. O agressor mais forte não precisa de uma arma
de fogo para aniquilar sua vítima mais fraca. Já a vítima mais fraca
precisa de uma arma de fogo para sobrepujar seu agressor mais forte. Se
ambos estiverem armados, então estão em pé de igualdade.
A arma de fogo é o único objeto que é tão letal nas mãos
de um cadeirante quanto nas mãos de um halterofilista. Se ela não fosse
nem letal e nem de fácil manipulação, então ela simplesmente não funcionaria
como instrumento equalizador de forças, que é a sua principal função.
Quando estou portando uma arma, eu não o faço porque
estou procurando confusão, mas sim porque quero ser deixado em paz. A arma
em minha cintura significa que não posso ser coagido e nem violentado; posso
apenas ser persuadido por meio de argumentos racionais.
Eu porto uma arma não porque tenho medo, mas sim
porque ela me permite não ter medo. A arma não limita em nada as ações daqueles
que querem interagir comigo por meio de argumentos; ela limita apenas as ações
daqueles que querem interagir comigo por meio da força.
A arma remove a força da equação. E é por isso
que portar uma arma é um ato civilizado.
Uma grande civilização é aquela em que todos os
cidadãos estão igualmente armados e só podem ser persuadidos via argumentos
racionais, jamais coagidos.
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