O
que o Banco Central americano pode fazer e o que ele irá fazer são duas coisas
diferentes.
O
Federal Reserve pode monetizar absolutamente qualquer coisa. Ele pode criar dinheiro digital e comprar
qualquer ativo que escolher. Não há
restrições legais sobre o que ele pode ou não monetizar.
Se
ele fizesse isso, e se ele continuasse fazendo isso, o valor do dólar cairia a
zero. Isso produziria uma
hiperinflação. O resultado seria a destruição
de todos os credores que emprestaram dólares.
Os devedores poderiam pagar todos os seus empréstimos com a simples
venda de um ovo ou de um maço de cigarros.
Foi exatamente assim que agricultores endividados saldaram suas dívidas
durante a hiperinflação da Alemanha e da Áustria em 1923.
Os
economistas conselheiros do Federal Reserve sabem disso. Os banqueiros americanos sabem disso. Ben Bernanke sabe disso.
Chegará
o dia em que o pessoal do Comitê de Política Monetária do Federal Reserve terá
de escolher entre puxar o anzol ou se livrar da isca. Eles terão de decidir entre inflação de
preços maciça (20%) ou hiperinflação (mais várias rodadas de Quantitative
Easing). Eles terão de decidir entre
recessão ou hiperinflação.
Eles
realmente entenderão que a escolha é entre Grande Depressão 2 versus
hiperinflação? Não creio. Eles se acostumaram a manipular a economia ao
longo de 90 anos entre recessões e surtos de crescimento. Somente uma vez houve uma genuína depressão:
1930-40. Aquela depressão só se tornou
deflacionária, 1931-34, porque o seguro federal sobre depósitos (Federal Deposit Insurance
Corporation, de 1934) ainda não havia sido criado. Os correntistas tiraram seu dinheiro dos
bancos e não o redepositaram. Isso levou
à falência de milhares de bancos, o que criou uma deflação monetária. O processo de reservas fracionárias foi
implodido.
Durante
este período, o Fed inflacionou a base monetária com o intuito de impedir este
fenômeno, ao contrário dos relatos de Friedman e Schwartz em seu famoso livro "A Monetary History of the
United States" (1963). O que
aconteceu é que, de 1931 a 1933, os correntistas americanos frustraram os
planos do Fed. Um gráfico produzido pela
sucursal do Fed de St. Louis deveria para sempre silenciar aqueles economistas
que creem que Friedman e Schwartz provaram a "complacência" do Fed. Mas não irá, é claro. A história contada por Friedman e Schwartz é
conveniente demais para ser utilizada como ferramenta de pressão para novas
rodadas de inflação monetária. Friedman
e Schwartz escreveram o livro mais importante da história a favor da inflação
monetária, pois os meios acadêmicos acreditam universalmente nele. A única seção do livro que sempre é citada
pelos economistas convencionais é a seção sobre as ações do Fed no início dos
anos 1930. A história é analítica e
historicamente mentirosa. Eis aqui os fatos.
Hoje,
os correntistas poderiam novamente repetir a mesma atitude do início da década
de 1930. Se a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC)
não tivesse o suporte de uma linha de crédito de US$600 bilhões que sai do
Congresso americano, falências bancárias seguidas de deflação monetária
poderiam ocorrer novamente nos EUA. Mas
existe uma linha de crédito. Isso acalma
os correntistas.
O
credor — o Congresso americano — é o maior devedor do mundo. O Congresso americano está incorrendo em
déficit orçamentário anual de US$1,2 trilhão por ano. Mas existem bancos centrais para cobrir a
dívida: os BCs do Japão, da China e dos EUA.
Os correntistas americanos acreditam que o Congresso pode socorrer a
FDIC, e que esta pode socorrer os bancos americanos. Consequentemente, eles deixam seu dinheiro
nos bancos. Se eles retirarem dinheiro
do banco A, irão redepositá-lo no banco B.
O sistema não perderá depósitos e nem reservas. Não haverá deflação. O sistema bancário de reservas fracionárias
sobrevive.
O
sistema vem funcionando há um bom tempo.
O dia do juízo final vem sendo continuamente postergado. Isso deu aos bancos centrais muita
confiança. Sua confiança na capacidade
de manipular o sistema vem crescendo. O
sistema superou o colapso do Lehman Brothers.
Isso fez os planejadores centrais crerem que qualquer nova liquidação de
crédito poderá ser feita de maneira ordeira.
Caso contrário, eles sempre poderão intervir mais uma vez.
Postergando o dia do ajuste de contas
O
líder do Banco Central Europeu (BCE) vem há meses, verbalmente, jogando o jogo
do adiamento, ao mesmo tempo em que vem inflacionando fervorosamente. Mario Draghi vem dizendo que o BCE não irá
monetizar a dívida dos PIIGS, mas ele já está fazendo isso indiretamente,
permitindo que os bancos centrais nacionais e os bancos comerciais comprem
títulos dos PIIGS e então utilizem esses títulos como colateral para a obtenção
de empréstimos do BCE (detalhes completos sobre este procedimento aqui).
Tal
postura é idêntica às garantias verbais de Angela Merkel, que repetidamente diz
não irá vender a Alemanha para os eurocratas ao mesmo tempo em que vende
seguidamente a Alemanha para os eurocratas.
No
dia 26 de julho, Draghi fez um discurso em Londres. Ele finalmente deixou sua
retórica alcançar as verdadeiras práticas do BCE. Ele disse o seguinte: "Em nosso mandato, o
BCE está pronto para fazer tudo o que for necessário para preservar o
euro. E, creiam-me, será o bastante."
Minutos
depois, as bolsas mundiais subiram no mínimo 1%. A bolsa da Espanha subiu enormes 6% em poucas
horas.
O
que Draghi fez, na verdade, foi dar um grito de desespero. Ele não sabe o que fazer, exceto
inflacionar. Ele sabe que terá de
quebrar o Tratado de Maastricht que criou a União Europeia, mas também sabe que
não possui outra opção. Ele, na prática,
revogou os limites impostos pelo tratado sobre as ações do BCE. Ele sabe que a Espanha está próxima do
calote. O BCE terá de comprar títulos
espanhóis; no mínimo, terá de fornecer os fundos para que alguma outra agência
compre títulos do governo da Espanha. A
reunião de cúpula realizada há menos de dois meses já se desintegrou. Os juros sobre os títulos espanhóis de dez
anos já ultrapassou a cifra mágica (e considerada sustentável) dos 7%.
O
sistema bancário europeu vem sendo estimulado unicamente pela inflação
monetária. Há sinais de que isso não
poderá perdurar por muito mais tempo, mas os banqueiros centrais têm enorme
confiança em seus poderes. Eles
acreditam que impressão de dinheiro pode postergar qualquer grande crise. Eles acreditam que impressão de dinheiro
sempre funcionará como um ás na manga.
Keynesianos e políticos pensam exatamente da mesma forma. Eles realmente creem que a autoridade
exclusiva e monopolística do governo para supervisionar a criação de dígitos é
a base da prosperidade.
Investidores
investem dígitos eletrônicos chamados de dinheiro. Eles estão convencidos de que a capacidade
dos bancos centrais de criar dígitos pode trazer uma segurança infalível para
seus dígitos. Eles creem que, enquanto o
número total de dígitos criados pelos bancos centrais estiver sempre
aumentando, uma combinação prudente de dígitos direcionados para determinados
investimentos irá garantir uma taxa de retorno positiva, mensurada em dígitos. Este é o segredo para
qualquer estratégia de investimento que dependa do lema "dígitos investidos
hoje, mais dígitos a serem investidos amanhã": é necessário haver uma oferta
sempre crescente de dígitos.
Você
poderia pensar que investidores julgariam o sucesso de seus investimentos tendo
por base um aumento da produção de bens tangíveis, e não de dígitos. Mas a vasta maioria dos investidores parte do
princípio de que a criação de bens ocorrerá automaticamente, desde que a oferta
de dígitos siga aumentando. Eis o mantra
desta geração: "O sistema de produção de bens depende de um contínuo aumento da
oferta de dígitos".
É
por isso que não há nenhuma resistência às monetizações feitas pelos bancos
centrais. Ao contrário: há aplausos e
regozijos. Os jornalistas seguem o
raciocínio dos economistas. Os
economistas adotaram o mantra dos dígitos com o fanatismo fervoroso de um
sacerdote. Milton Friedman é o seu sumo sacerdote.
Friedman, e não Keynes
Keynes
defendia o aumento dos gastos do governo para salvar o sistema. Tal política é universalmente aceita por
economistas acadêmicos. Mas há um
problema com este cenário: as taxas de juros.
Para aumentar seus gastos sem elevar impostos (o que seria fatal em uma
recessão), o governo terá de tomar dinheiro emprestado. De quem?
A que taxa de juros?
Keynes,
em termos analíticos, disse muito pouco sobre bancos centrais, mas a existência
de um banco central está no âmago da capacidade dos governos de aumentarem suas
dívidas. Economistas podem recitar o
quanto quiserem o mantra dos "gastos do governo"; o fato é que tal medida não
responde à pergunta universal imposta pela ciência econômica: "a que
preço?" Gastos não podem ser aumentados
continuamente se não houver uma fonte que permita o aumento contínuo destes
gastos. Contabilidade básica.
É
aí que Friedman entra em
cena. Keynes foi o
profeta dos gastos governamentais.
Friedman foi o técnico em contabilidade. Ele
era o responsável pelo gerenciamento dos livros contábeis. Não fosse Friedman, Keynes & Cia. teriam
sumido de cena durante a Segunda Guerra Mundial.
Keynes
foi o profeta acadêmico do inchaço do governo.
Friedman foi o sumo sacerdote da importância da existência de grandes
bancos centrais. O sumo sacerdote está
ali para arrecadar o dinheiro. Todo
profeta necessita de um sumo sacerdote, caso contrário a religião desaparece.
Durante
décadas, Friedman
argumentou que, para a economia prosperar, bastaria o sistema bancário
criar dinheiro a uma taxa de 3 a 5% ao ano.
Nunca
vi ninguém fazer a seguinte observação: 5% é um valor 66% maior do que 3%. Logo, a recomendação de Friedman está longe
de poder ser classificada, mesmo que remotamente, como proponente da 'estabilidade
monetária'. Não obstante, os
monetaristas adotaram seu mantra. Consequentemente,
os mais famosos acadêmicos defensores do livre mercado aceitaram universalmente
a legitimidade de um monopólio estatal, o banco central, bem como um cartel
autorizado e regulado pelo governo, o sistema bancário de reservas
fracionárias. Somente os economistas seguidores
da Escola Austríaca rejeitaram este arranjo legal. Mas havia poucos deles naquela época. Nenhum tinha influência.
Keynes
recebeu o crédito de supremo economista da era, mas Friedman foi mais
importante em termos operacionais.
Keynes promoveu os gastos governamentais, mas pouco disse sobre bancos
centrais. Em contraste, foi Friedman
quem forneceu a justificativa teórica para o financiamento dos déficits
governamentais por meio de compras de títulos da dívida do governo pelo banco
central.
O
problema era este: os déficits durante grandes recessões eram tão grandes, que
um aumento contínuo de 3 a 5% na oferta monetária não seria suficiente. Era necessário mais. Os bancos centrais então assumiram seu
monopólio e o colocaram para uso imediato: expansão ilimitada da oferta
monetária. Foi isso que o Fed fez em 2008.
A
previsibilidade de uma taxa constante de inflação monetária nunca foi
honrada. A defesa friedmaniana dos
bancos centrais foi bem recebida pelos economistas keynesianos. Seu limite de 3 a 5%, obviamente, foi
ignorado. Nenhum banco central aderiu a
esse limite, assim como nenhuma Receita Federal aderiu à ideia de que o imposto
de renda retido na fonte fosse uma medida meramente temporária para auxiliar o
esforço de guerra. Friedman forneceu as bases
intelectuais para esta medida também.
Uma
vez que você consagra o sacerdócio, você descobrirá que as limitações que você
havia especificado não mais são levadas a sério pelo sacerdote. É sempre assim.
Friedman
forneceu repetidas justificativas teóricas para as ações do governo federal, mas
sempre dizendo que oficialmente defendia um governo limitado. Nas duas áreas mais importantes da política
econômica — tributação da renda e legitimidade do banco central —, ele
defendia exclusivamente o governo federal.
Uma
vez consagradas, as agências governamentais deixaram de prestar atenção às
restrições práticas desejadas por Friedman ao exercício de seus poderes. Essa é a maldição de todos aqueles que
recomendam uma determinada política para tornar o governo mais eficiente. Ela meramente aprofunda a expansão dos
poderes do governo sobre novas áreas da economia. Ato contínuo, os políticos e os bancos
centrais simplesmente ignoram os limites que supostamente deveriam restringir
suas ações. A liberdade passa a ser
irrevogavelmente solapada. O nariz
supostamente eficiente do camelo se torna a porta de entrada para a tenda.
Limites à hiperinflação
O
principal limite é uma unidade monetária de valor zero. A ideia por trás da hiperinflação é fazer com
que o governo seja capaz de comprar bens e serviços sem elevar impostos, algo
sempre impopular. Esta política deixa de
funcionar quando o valor da unidade monetária cai a zero. Neste ponto, a unidade monetária possui
apenas uma única função econômica prática: pagar as dívidas. Como o estado obriga as pessoas a aceitarem
sua moeda, pois ela é de curso forçado, ninguém pode recusar o pagamento de
dívidas com uma moeda que não vale mais nada.
Tão
logo o estado paga suas dívidas por meio da hiperinflação, os benefícios
oriundos da criação de mais inflação deixam de existir para o estado. Ele não mais pode adquirir nada de valor.
A
economia regride ao escambo antes de a hiperinflação atingir seu limite teórico
de poder de compra nulo. As autoridades
tributárias não conseguem arrecadar impostos facilmente em uma economia de
escambo. A maioria das transações não é
registrada. Se uma empresa tiver de
relatar suas transações, ela pagará seus impostos ao final do período
fiscal. Porém, neste ínterim, o poder de
compra da moeda já haverá caído substancialmente. Uma conta tributária é uma dívida. Dinheiro hiperinflacionado é excelente para o
pagamento de dívidas.
Sendo
assim, o governo começa tudo de novo.
Ele extingue a moeda antiga. Ele
corta vários zeros. Todo o processo
recomeça. Neste meio tempo, a classe
média desaparece. Fundos de pensão
perdem seu valor. Títulos não valem
nada. O sistema político sofre uma
grande derrota. O governo havia
prometido segurança e justiça, mas entregou insegurança e injustiça.
Em
períodos de paz, a Europa ocidental vivenciou uma hiperinflação somente em duas
nações: Alemanha e Áustria, de 1921 a 1923.
Após a Segunda Guerra Mundial, a Hungria teve a pior inflação da
história, mas sua duração foi curta. E
ela não era uma economia industrial.
Israel teve uma hiperinflação em meados da década de 1980, mas recuou
antes da destruição total do shekel. A Argentina
teve hiperinflação no final da década de 1980.
Uma
das piores hiperinflações da história ocorreu no Brasil de 1980 até meados
da década de 1990. As estatísticas
foram catastróficas. O fenômeno se
estendeu por quinze anos. Não conheço
nenhum outro caso de hiperinflação que tenha durado mais de três anos. É por isso que considero a inflação
brasileira a pior hiperinflação da história moderna. As autoridades políticas não fizeram nada
para interrompê-la. O Banco Central
seguiu inflacionando desimpedidamente. A
devastação da classe média foi quase que total.
Meu
ponto é este: bancos centrais estão cientes dos efeitos de curto prazo da
hiperinflação. Tais efeitos provocam
perdas na produção. Eles desorganizam o
sistema econômico e prejudicam os bancos, principalmente os grandes. Bancos emprestam dinheiro. Em uma hiperinflação, o dinheiro que os
bancos recebem como quitação de empréstimos está acentuadamente desvalorizado.
A
estrutura do capital da nação é solapada.
Quem empresta dinheiro a longo prazo é destruído. Uma vez findado o período da hiperinflação,
eles não têm mais dinheiro para emprestar.
Aqueles que previram a hiperinflação e compraram ativos como imóveis,
como alguns fazem, terão ativos ilíquidos durante a recessão que virá após a
hiperinflação. Se eles tiverem comprado
moedas estrangeiras, estarão em ótima situação, mas poucos fazem isso.
Bancos
centrais conhecem o básico da prática bancária.
Eles sabem da ameaça que a hiperinflação representa para o sistema
bancário. A ordem social é
ameaçada. Suas próprias pensões e
aposentadorias são ameaçadas. Logo, eles
não são propensos à hiperinflação.
Conclusão
Não
creio que uma hiperinflação na Europa ou nos EUA seja inevitável. Creio que seja improvável. Mas creio firmemente que um grande calote
seja inevitável. Os governos darão o
calote quando aqueles trabalhadores que estão contribuindo para a Previdência e
para toda a rede de Seguridade Social do governo descobrirem que (1) isso não é
do interesse próprio deles e (2) eles estão hoje em maior número do que os
aposentados, realidade essa que não mais existirá quando eles forem os
aposentados.
Banqueiros
centrais são arrogantes. Eles realmente
creem que estão no controle de tudo.
Eles realmente creem que a impressão de dinheiro feita por planejadores
centrais (eles próprios) é mais poderosa do que as forças de livre mercado
(investidores). Eles realmente creem que
podem encontrar um meio termo sutil entre colapso deflacionário e
hiperinflação. Assim, eles não irão
frear completamente o trem. E também não
irão hiperinflacionar a menos que os políticos consigam obrigá-los a isso.
Paul
Volcker é o modelo. Ao assumir a
presidência do Fed em agosto de 1979, ele reverteu as políticas inflacionistas
de seu antecessor, G. William Miller, o inventor das metas de inflação. Miller foi persuadido por Jimmy Carter a
renunciar após apenas 18 meses no cargo.
Volcker se manteve firme em seus propósitos desinflacionistas de agosto
de 1979 a 13 de agosto de 1982. Nesta
data, quando o Fed voltou a inflacionar, o público já havia perdido o medo da
inflação. A economia americana havia
passado por duas fortes recessões durante curto período.
Volcker
salvou o dólar e o mercado de títulos do governo. Quem pagou o preço foram os políticos:
primeiro Carter, que perdeu sua reeleição em 1980. Depois Reagan, que enfrentou altos índices de
impopularidade no início de seu governo.
Mas Reagan sobreviveu à tempestade porque a economia já havia se
recuperado em 1984, quando ele se reelegeu tranquilamente, esmagando seu rival
Walter Mondale.
A
alavancagem é muito maior hoje. A
alavancagem dos grandes bancos é substantivamente maior. O público ainda confia em Bernanke e
Draghi. Os investidores acreditam que os
bancos centrais podem salvar o sistema da catástrofe. Eu não.
Mas eu acredito que bancos centrais têm duas opções de catástrofes:
deflação/depressão versus hiperinflação/depressão. Creio que, enquanto for possível, eles farão
de tudo para navegar entre os dois.
Porém, quando a realidade finalmente se impuser e a situação se tornar
crítica, eles arriscarão uma deflação controlada, recorrendo a pacotes de
socorro seletivos, voltados especificamente para os maiores bancos.
Bancos
centrais não existem para salvar os governos.
Políticos vêm e vão. Não são
importantes. Bancos centrais existem
para salvar seus clientes: os grandes bancos.
Eles sabem em quão pão devem passar a manteiga.
A
hiperinflação será uma possibilidade real caso os bancos centrais passem para o
controle direto de políticos.