1. Economistas austríacos têm como prioridade
assegurar que os teoremas que eles formulam sejam derivados de axiomas
autoevidentes e sejam construídos de acordo com as regras específicas da
dedução lógica. Tais considerações são,
na melhor das hipóteses, de importância secundária para seus colegas das
escolas convencionais.
2. Economistas austríacos têm como prioridade
garantir que as hipóteses sobre as quais baseiam seus teoremas sejam
perfeitamente realistas — isto é, sejam correspondentes à realidade do mundo
que conhecemos. Já os economistas
adeptos das escolas convencionais, por outro lado, admitem que suas hipóteses
são baseadas em suposições deliberadamente falsas.
3. Economistas austríacos têm como prioridade
garantir que os teoremas que eles formulam elucidem ligações causais exatas
entre os fenômenos econômicos estudados.
Eles não simplesmente pressupõem de maneira deliberada a existência ou a
importância de teoremas. Tampouco
definem seus teoremas recorrendo à noção, inspirada na física, de determinação
mútua.
4. O histórico de previsões proféticas dos economistas
austríacos é incomparavelmente superior ao de seus colegas das escolas convencionais. A seguir, os casos mais famosos.
Austríacos vs. Convencionais, Ontem e Hoje
Convencionais,
16/10/1929: "As ações atingiram aquilo que parece ser um patamar estável e
permanentemente alto." — Irving Fisher, célebre economista neoclássico
Austríacos,
02/1929: "A euforia acabará e haverá um colapso daqui a alguns meses." — Friedrich
von Hayek, Instituto Austríaco de Pesquisa Econômica
Convencionais,
20/10/2005: "Os preços dos imóveis subiram aproximadamente 25% ao longo dos
últimos dois anos. Embora a atividade
especulativa tenha aumentado em algumas áreas, tais aumentos de preços em nível
nacional refletem majoritariamente nossos robustos fundamentos econômicos,
dentre eles um robusto crescimento no emprego e na renda, baixas taxas de juros
sobre empréstimos hipotecários, taxas estáveis de formação de famílias, e
fatores que limitam o aumento da oferta de imóveis em algumas áreas." — Ben
Shalom Bernanke, futuro presidente do Fed, o Banco Central americano
Austríacos, 06/04/2004: "O aumento
ocorrido na inflação de preços não deveria ter sido nenhuma surpresa, dado que
o Fed aumentou a oferta monetária em 25% durante o período 2001—2003. (...)
Considerando-se o incentivo governamental a práticas negligentes e
frouxas de concessão de empréstimos para a aquisição de imóveis, os preços
dos imóveis poderão despencar no futuro, o que gerará grandes falências. Consequentemente, empresas financeiras —
inclusive as grandes empresas hipotecárias protegidas pelo governo, Fannie Mae e Freddie Mac
—, poderão ter de ser socorridas com o dinheiro dos pagadores de impostos." —
Mark
Thornton, Mises Institute
Austríacos vs. Keynesianos, Comparação das Previsões
Keynesianos, 1989: "A economia soviética é a
prova cabal de que, contrariamente àquilo em que muitos céticos haviam
prematuramente acreditado, uma economia planificada socialista pode não apenas
funcionar, como também prosperar." — Paul Samuelson, keynesiano
ganhador do Prêmio Nobel
Austríacos, 1920: "Pode-se
antecipar qual será a natureza da futura sociedade socialista. Haverá centenas de milhares de fábricas em operação. Poucas estarão produzindo
bens prontos para seu uso final; na maioria dos casos, o que será manufaturado
serão bens inacabados e bens de produção. (...) No entanto, neste ininterrupto,
monótono e repetitivo processo, a administração estará sem quaisquer meios de
avaliar a eficácia de sua produção. (...) Assim, em lugar de haver um método
"anárquico" de produção, todos os recursos estarão entregues à
produção irracional de maquinarias despropositais. As engrenagens iriam girar, mas sem efeito
algum." — Ludwig
von Mises, "O cálculo econômico sob o socialismo"
Keynesianos,
02/08/2002: "Para combater esta recessão, o Fed [tem de estimular] os
gastos dos consumidores para contrabalançar o moribundo investimento das
empresas. E para fazer isso (...) Alan
Greenspan tem de criar uma bolha imobiliária para substituir a bolha da Nasdaq."
— Paul Krugman, outro keynesiano ganhador do Prêmio Nobel
Austríacos, 31/12/2006:
"Os preços dos imóveis hoje são completamente insustentáveis. Eles foram
elevados a estes valores artificiais por causa de uma combinação entre
hipotecas de valores ajustáveis e artificialmente baixos, compras especulativas
e uma total ausência de qualquer tipo de padrão para empréstimos. E o que vai
acontecer em 2007 é que muitas destas hipotecas artificialmente baixas serão
reajustadas para cima. Você verá tanto o governo quanto os emprestadores
re-impondo padrões de empréstimos mais rigorosos e apertando o crédito. E
várias pessoas que hoje estão comprando imóveis para especular passarão a
vender. Com isso, os preços elevadíssimos dos imóveis irão despencar
abruptamente." — Peter
Schiff, presidente da Euro
Pacific Capital
Keynesianos, 10/02/2010:
"A Grécia formulou um equilíbrio bem cuidadosamente ponderado entre coesão
social e reestruturação econômica." — Joseph Stiglitz, mais um outro
keynesiano ganhador do Prêmio Nobel
Austríacos, 11/02/2010:
"Ao passo que os aumentos de impostos irão causar novos problemas para os
gregos, outros problemas ainda continuam sem ser atacados: tudo indica que o
enorme setor público não será substancialmente reduzido; e os salários em geral
permanecem pouco competitivos devido aos fortes sindicatos. (...) O futuro do
euro é obscuro porque há fortes incentivos para um comportamento fiscal
negligente, não apenas da Grécia mas também de todos os outros países." — Philipp
Bagus, autor de "A
Tragédia do Euro"
5. Os teoremas e conclusões da Escola Austríaca
são perfeitamente compreensíveis para qualquer leigo inteligente. O mesmo não pode ser dito das convolutas e
confusas equações matemáticas das escolas convencionais.
6. No que diz respeito à abordagem sobre a
metodologia e os objetivos das teorias econômicas, os economistas austríacos
podem reivindicar com muito mais justiça do que seus colegas convencionais o
título de herdeiros e sucessores dos economistas clássicos, como Smith, Hume,
Say e Bastiat.
7.
Economistas austríacos nunca se
cansam de enfatizar o caráter estritamente livre
de juízo de valor de sua disciplina.
Assim, ao contrário de seus colegas convencionais, eles jamais
pressupõem que seja justificável a existência de qualquer instituição cuja
origem seja não-voluntária e fora do mercado.
Adicionalmente, os austríacos jamais fazem quaisquer "recomendações de
políticas públicas" baseadas nestas pressuposições injustificáveis. Ao contrário, eles utilizam suas análises
científicas para investigar as origens e os efeitos lógicos de vários processos
e fenômenos econômicos. E eles abordam
estes fenômenos econômicos como eles realmente são, e não como gostariam que
fossem.
8. Ao
identificarem o conceito da 'preferência demonstrada' como sendo o princípio
básico da análise econômica, os austríacos conseguem evitar as armadilhas
gêmeas do psicologismo e do comportamentalismo
(doutrina segundo a qual o comportamento é a base da psicologia). Já seus colegas convencionais não conseguem escapar
destas armadilhas, e, ao abordá-las, não possuem uma maneira proba e
metodologicamente robusta de fazê-lo.
9. A
Escola Austríaca rejeita a hiper-especialização acadêmica e profissional da
ciência econômica, desta forma enfatizando a natureza holística e integrada
desta ciência. Nas palavras de F.A.
Hayek, "o cientista que é somente um cientista pode ainda assim ser um
cientista de primeira qualidade e um membro extremamente valioso da sociedade. Mas ninguém pode ser um grande economista
sendo apenas um economista — e devo admitir que estou tentado a dizer que o
economista que seja apenas um economista tende a ser tornar uma perturbação da
ordem, quando não um perigo real."
10. Economistas austríacos não podem buscar
refúgio no porto seguro do niilismo epistemológico quando a lógica de seus
argumentos se revela errônea. Já os
economistas convencionais, por outro lado, quando os fatos não correspondem às
suas hipóteses, podem sempre alegar que "desta vez, as coisas são diferentes; o
mundo mudou". Tal postura é uma
implicação direta do fato de que qualquer arranjo de dados empíricos
suficientemente complexos é compatível com um número de interpretações
empíricas (mas não lógicas) mutuamente excludentes.