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Economia

Economia introdutória: o preço da gasolina

11/07/2008

Economia introdutória: o preço da gasolina

O preço da gasolina está em alta e os executivos da indústria petrolífera estão novamente sendo obrigados a depor perante o Congresso. Claramente, muitos políticos, especialistas e consumidores lamentam o crescente custo da gasolina. Mas, antes de nos juntarmos ao coro, retrocedamos um pouco e façamos a seguinte pergunta: será que o preço da gasolina está de fato tão alto?

Uma mudança nos preços pode ser o resultado de inflação monetária, impostos, mudanças na oferta e na demanda, ou qualquer combinação desses três fatores.

Primeiro, precisamos levar em conta a inflação. A conseqüência de o Federal Reserve (o Banco Central americano) imprimir muito dinheiro é uma perda do poder de compra do dólar: algo que custava $1,00 em 1950 custa hoje em torno de $8,78. Quanto ao preço da gasolina, em 1950 um galão custava aproximadamente $0,30. Ajustando-se pela inflação, um galão de gasolina deveria custar hoje $2,64, se assumíssemos que os impostos fossem os mesmos.

Mas os impostos não permaneceram os mesmos. O imposto por galão de gasolina em 1950 era de aproximadamente 1,5% do preço. Hoje, os impostos federais, estaduais e municipais equivalem a aproximadamente 20% do preço indicado. Se formos considerar a inflação e o aumento dos impostos (e supondo que não houve alteração na oferta e na demanda), o mesmo galão de gasolina que custava $0,30 em 1950 deveria custar hoje por volta de $3,13.

Sabemos, porém, que tanto a oferta quanto a demanda não permaneceram constantes. A economia mundial está crescendo. A China e a Índia são exemplos óbvios. Ao mesmo tempo, os americanos continuam amando dirigir SUVs (utilitários) e caminhões. Quanto à oferta, os americanos estão proibidos (por quaisquer que sejam as obscuras razões) de explorar muitas das conhecidas reservas petrolíferas que há no seu próprio país. Além disso, devido às regulamentações governamentais, a última refinaria de petróleo construída nos EUA foi finalizada em 1976. Fora isso, o Oriente Médio é um lugar politicamente instável, o que coloca um prêmio de risco na maior fonte de petróleo do mundo. Torna-se óbvio, portanto, que a demanda por petróleo aumentou ao passo que a oferta foi mantida restrita.

O preço médio da gasolina nos EUA atualmente é de aproximadamente $3,25. A pergunta é: por que os preços da gasolina não estão maiores do que os atuais?

Culpar as gananciosas petrolíferas pelo crescente preço da gasolina é simplesmente irresponsável. Eis, a seguir, as margens de lucro de algumas indústrias selecionadas:

Publicações Periódicas

24.9%

Remessas de Carga

18.8%

Aplicativos (Software)

22.5%

Indústria do Cigarro

19%

Fornecimento de Água

10.2%

Companhias de Petróleo e Gasolina

9.5%

Hospitais

1.4%

Drogarias

2.8%

As empresas de fornecimento de água têm margens de lucro maiores do que as das grandes empresas de petróleo e gasolina! Por que não obrigaram todos os executivos de empresas que têm margens de lucro maiores do que a indústria petrolífera a depor perante o congresso sob a acusação de "preços extorsivos"? Claramente, os gananciosos lucros corporativos não são o problema em questão.

Para esclarecer: enquanto apenas pouco mais de nove por cento do preço de um galão de gasolina vai para a empresa petrolífera como lucro, aproximadamente vinte por cento do preço desse galão é composto por impostos federais, estaduais e municipais.

Aqueles que querem que o governo intervenha e faça algo a respeito dos altos preços da gasolina são ou desmemoriados ou muito novos para se lembrarem da crise do petróleo de 1979. Durante aquela época, restrições nos preços da gasolina fizeram com que alguns não pudessem sequer achar gasolina para comprar. Um congelamento de preços sempre provoca escassez generalizada. A única coisa pior do que ter de pagar "muito caro" pela gasolina é não ser sequer capaz de encontrar gasolina a qualquer que seja o preço.

Que não sejamos influenciados por políticos à procura de poder ou por repórteres ansiosos por criar notícias onde elas não existem. Fatos e lógica econômica devem sempre prevalecer sobre a retórica.

Sobre o autor

Sterling T. Terrell

um candidato a Ph.D. no departamento de economia agrícola e aplicada da Texas Tech University.

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