PODCAST
95 – DANILO GENTILI
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“Hoje em dia está muito fácil reconhecer quem está contra você. Ele sempre
aparece a favor do governo”.
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“Se o governo disse que é verdade é porque é mentira”.
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“Tudo que vem do estado é uma merda! De funcionários à estrutura! Por isso sou
antiestado”.
Se
você não leu as seguintes frases publicadas recentemente no Twitter, dificilmente
identificaria como seu autor o comediante Danilo Gentili, que tem cada vez mais
elevado o tom das críticas ao governo e ao estado nas redes sociais e no seu
programa Agora é Tarde, na TV
Bandeirantes.
Para
saber qual a origem e o fundamento dessa posição política, o Podcast do Mises
Brasil entrevistou o comediante, que, para nossa surpresa, é ouvinte deste
programa:
“Meu
pai era o que chamariam de proletário e eu cresci num cortiço em Santo André (São
Paulo). E eu posso afirmar que naquele quintal, daquele cortiço, onde as
pessoas eram pobres, todas odiavam a intervenção do estado, todas odiavam pagar
imposto e [...] todos odiavam os sindicalistas, que nada mais são do que
máfias. Desde sempre, eu coleciono uma série de insatisfação e até mesmo nojo
do estado”.
Formado
em Comunicação
Social (Publicidade), comediante, roteirista, escritor e
empreendedor (é dono do Comedians
Club), Gentili começa esse podcast relatando como políticos do PT, ao
perceberem o êxito de um empreendimento social (um orfanato) que vinha sendo
realizado por sua mãe, decidiram confiscar e estatizar o estabelecimento, inventando várias
calúnias contra sua mãe na Justiça. Três
meses após o confisco tudo já estava às traças, deixando claro que a
“preocupação social” nunca foi o real interesse dessa gente.
Gentili
também opinou sobre a razão pela qual as ideias socialistas continuam a seduzir
tantos jovens, fez uma crítica sobre a ausência de uma ação e um discurso
cultural por parte dos liberais e diz que falta apoio aos defensores das
liberdades que estão na linha de tiro:
“O
estado tem vencido no campo cultural e no campo do ensino. Acho que os liberais
precisam ver quem são os ícones culturais ou que têm potencial cultural para
influenciar as pessoas, além dos professores que estão na resistência contra a lavagem
cerebral, e apoiá-los. Sinto que às vezes falta, daqueles que zelam pela
liberdade, zelar pela liberdade daquele que está em cima do palanque falando
sobre liberdade, porque o outro lado (os inimigos da liberdade) faz isso muito
bem quando aparece no debate um ícone cultural que os representa”.
Perguntado
se já foi de esquerda ou simpatizante do socialismo em sua juventude, Gentili é
direto: “Talvez por ter sido pobre e não ter estudado na USP, nunca fui
socialista.” E conclui: “Graças a Deus
tive de adquirir uma opinião própria a respeito das coisas. Quem não é
doutrinado em universidade, e é capaz de ler e chegar às próprias conclusões,
percebe como o estado e a intervenção estatal são uma desgraça na vida das
pessoas”.
Gentili
ainda fala sobre a importância da família e dos amigos na formação do
indivíduo, a influência marxista no meio universitário, a ditadura do
politicamente correto na sociedade atual, o humor contra políticos e muito mais.
Ao
ser perguntado se temia perder o programa de TV por causa das críticas que têm
feito: “A minha briga não é para manter emprego; a minha briga é para viver num
país livre”.