PODCAST 55 - CLEBER NUNESHá histórias que são tão inacreditáveis por
serem verdadeiras que superam no absurdo muitos casos ficcionais. O
empresário mineiro Cleber Nunes foi perseguido pelo estado por ter decidido junto com a esposa assumir e prover em casa o ensino dos dois filhos naquilo que é chamado de homeschooling .
Mesmo
depois que os filhos provaram para a justiça que os conhecimentos
adquiridos pelo estudo em casa o tornavam capazes de passar numa série
de testes de conhecimento a que foram submetidos, Cleber foi condenado
criminalmente pela justiça por abandono intelectual e também por se
recusar a matriculá-los numa instituição de ensino como exige o Estatuto
da Criança e do Adolescente. Para preservar o princípio de sua decisão,
até hoje não pagou as duas multas determinadas judicialmente.
"Foi
uma condenação puramente ideológica. Nada nos autos ou nas audiências
fazia qualquer sentido porque quando fomos processados os meninos foram
testados e ficou comprovado, e o próprio juiz admitiu nos autos, que os
meninos haviam alcançado um nível satisfatório de conhecimento. Nós
fomos condenados, e isso está na sentença, porque os dois foram
transformados em autodidatas, ou seja, o conhecimento foi obtido por
esforço deles e não por aulas ministradas pelos pais. Parece uma piada,
mas está na sentença", disse Cleber.
Nesta entrevista ao Podcast
do Mises Brasil, o empresário explica por que decidiu tirar os filhos da
escola quando tinham, respectivamente, 13 e 14 anos para que estudassem
em casa. "Num determinado dia eu pensei: não vou sacrificar os meus
filhos simplesmente para cumprir uma norma legal", afirmou Cleber, que
também relata as críticas que sofreu por supostamente privar os filhos
da convivências social na escola. "A escola é um dos piores ambientes
para que a criança se socialize".
Cleber afirmou que não acredita
na legalização do homeschooling no Brasil e sequer acha necessário que
haja uma lei que permita tal prática. "Esperar que uma lei permita
ensinar os filhos em casa é ter mentalidade de escravo", afirma Cleber,
que se tornou leitor dos artigos publicados no site do Instituto Mises
Brasil.