Rick, a teoria do valor-trabalho diz que o valor de um bem seria determinado pelo tempo socialmente necessário para se produzi-lo, ou seja, o tempo médio que uma determinado mercado leva para produzir um dito bem.
Supondo que o custo da hora/trabalho em uma economia seja de R$ 10.
Um bem cujo tempo médio de fabricação por todo um mercado é de uma hora terá o valor de R$ 10 dentro deste mesmo mercado, ao passo que um bem que tem um tempo médio de 2 horas para ser fabricado, terminará por custar R$ 20.
Ou seja, temos aqui uma diferença de tempo de produção de 1:2, por tanto, a diferença de preço também será de 1:2, pois, segundo a teoria do valor-trabalho, se o valor é determinado pelo mesmo, então a diferença de preço deve ser análoga à diferença de tempo em trabalho.
O problema dessa linha de raciocínio é que não existe correlação entre custo de produção e valor de mercado dos bens transacionados em uma economia de mercado. Além disso, a teoria é obrigada a supor a existência de uma unidade invariável de valor, que serviria de parâmetro comparativo para se definir as diferenças de preços entre os bens.
No exemplo acima, seria o custo hora/trabalho, porém, mesmo em uma economia real, o valor da hora trabalhada varia de profissão para a profissão, de acordo com a oferta e demanda por profissionais no mercado de trabalho.
Assim, quando a demanda por uma determinada profissão aumenta no mercado, é tendencioso que o valor da hora/trabalho daqueles que estão aptos a exercer a profissão se eleve em relação a outras profissões.
No final, concluímos que mesmo o "valor-trabalho" é determinado pela utilidade marginal.
A teoria do valor-trabalho não passa de um equívoco, em que se tentou atribuir a uma das consequências da utilidade marginal o fator causal do valor.