A matéria de capa da Carta Capital -- a Velha Cara da
Nova Direita -- é ilustrativa do desespero dos estatistas que
gravitam em torno do governo bem como de seus satélites intelectuais.
Não me recordo de outro exemplo tão patente de péssimo
jornalismo, da linha que distorce, que manipula, que mente, que
desinforma. Por que os estatistas estão usando expedientes maliciosos e
até contraproducentes?
Pressuponho que o vertiginoso crescimento do movimento
libertário esteja incomodando e que tenha sido tardiamente percebido como
ameaça. Os líderes da mentalidade estatista devem ter se dado conta de
que o movimento libertário possui características similares às que a chamada
"esquerda" detinha ao decolar há duas gerações.
O movimento libertário é formado por jovens
universitários, de todas as classes sociais, dotados de um conhecimento
notável. São jovens com iniciativa e que, de forma espontânea e
descentralizada, estão fundando institutos, partidos, e toda uma rede comprometida
com a liberdade. Dado o alcance nacional e a abrangência sócio-econômica
e cultural, já surgem alguns líderes com capacidade política, outros com
destaque jornalístico, e também escritores. O ativismo nas redes sociais
é a herança atávica do finado movimento esquerdista que mais deve assustar os
estatistas.
O establishment estatista só pode ser deslocado por um
movimento de base, articulado de baixo para cima com um momentum ainda mais
pronunciado do que o do movimento esquerdista de outrora.
O erro fatal de julgamento dos estatistas, e do autor da
matéria em especial, é a leitura de que o movimento é centralizado e articulado
de cima para baixo por algumas figuras da geração anterior, as quais eles conhecem de
suas batalhas "esquerda-direita". Eles julgam que, se conseguirem
constranger ou perseguir esses figurões ou certas "fontes de financiamento",
vencerão batalhas importantes. Mas não somente eles se equivocaram em
identificar boa parte dos "líderes" do movimento, como também não perceberam que
o movimento libertário não possui "chefes" como o estatismo, que chegam
nas reuniões com a ata impressa e simulam uma democracia entre seus apoiadores-satélites.
O movimento libertário é acéfalo, descentralizado, e
exatamente por esses motivos, ultra-resiliente. Ademais, a massa crítica
para um crescimento exponencial sustentável provavelmente já foi alcançada,
talvez há um ano ou dois. Não há chance alguma de vitória do estatismo
nos médio e longo prazos, e seus covardes ataques terão o efeito previsto na
teoria da estrela-do-mar
austrolibertária -- um organismo ainda mais resiliente e poderoso.