Como assim detonou as economias do primeiro mundo??? Como disse anteriormente, a natureza do processo de desindustrialização ocorrido nas economias desenvolvidas - Europa, EUA - foram resultante de um movimento de exportação de capital. Nada mais que isso. A própria dinâmica de desenvolvimento ensejou tal mudança, uma vez que para atender aos exigentes padrões impostos pelos consumidores do Ocidente, estes com rendas cada vez maiores em virtude do quase perene aumento de produtividade, as empresas viram-se obrigadas a atacar os custos. Isto é TOTALMENTE diferente do que ocorreu no Brasil.
Quanto às vantagens comparativas, você mesmo acabou de exaltá-las:
"Nacionalista no sentido JACOBINO não funciona, sabemos, mas em qualquer pais existem regras , e são diferentes em varios paises e elas alteram custos de produção diferentemente ,,ambientalismo,leis sociais,trabalhistas, e até que estas sejam iguais os preços internacionais diferem".
O grau de surrealismo presente no ambiente de negócios no Brasil impede até mesmo de nós aproveitarmos aquilo que nós sabemos fazer bem, a nossa grande vantagem comparativa sem paralelo no mundo, o agronegócio. Decidimos apoiar, firmemente, durante anos, a indústria no Brasil. Deu certo? Olhemos o legado. Infelizmente, não construímos bases sólidas para o desenvolvimento pleno de uma economia industrial. Não foi de todo ruim, mas, ao mesmo tempo que não conseguimos conduzir um processo sustentável de industrialização, também desperdiçamos muitos capitais e recursos ao não direcioná-los para os setores em que realmente somos bons: o agronegócio. Caso houvesse havido esta sensibilidade, o processo de industrialização, muito provavelmente, viria a reboque - assim como ocorreu no estado de São Paulo no final do século XIX e início do século XX. E um adicional: adivinhe quem possui mais subsídios e proteção no Brasil, o agronegócio ou a indústria?
Uma economia que só se sustenta à base de desvalorização cambial, por si só, não se sustenta. Caso o fosse, a indústria no Brasil seria absurdamente pujante a partir dos anos 80 e 90, quando a nossa moeda simplesmente derreteu.