O fracasso do multiculturalismo pode ser hoje
testemunhado em tempo real na Alemanha, no Reino Unido, na França, na
Dinamarca, na Suécia, na Bélgica e em outros países europeus.
Imigrantes oriundos da África e do Oriente Médio, atraídos
pelas promessas de
benesses gratuitas e subsídios estatais, não apenas se recusam a se
assimilar à cultura local, como ainda tentam implantar nesses países as mesmas
culturas fracassadas das quais eles estão fugindo.
Na esquerda, os multiculturalistas e proponentes da
diversidade estão corretos quando dizem que pessoas de todas as raças, religiões
e culturas devem ser tratadas igualmente aos olhos da lei. No entanto, todo o argumento deles se
esfacela — sendo ainda mais franco, beira a idiotia — quando eles próprios afirmam
que determinados arranjos culturais não podem ser julgados de maneira crítica.
Segundo eles, julgar alguns valores culturais como
sendo superiores a outros é uma demonstração clara de racismo, preconceito e "eurocentrismo".
Pergunte a qualquer defensor da diversidade e do
multiculturalismo: a mutilação genital feminina compulsória, como a que é
praticada em quase 30 países da África subsaariana e do Oriente Médio, é um
valor cultural moralmente equivalente aos valores ocidentais?
A escravidão ainda é praticada no norte do
Sudão. Na maioria dos países do Oriente
Médio, há várias limitações impostas às mulheres, como a proibição de dirigir,
de ter um emprego, e de receber educação formal. Sob a Lei Islâmica, em alguns países,
mulheres adúlteras são punidas de morte por apedrejamento, e batedores de
carteira têm suas mãos decepadas.
Em alguns países da África e do Oriente Médio, a
homossexualidade é um crime, em alguns casos punida com a morte.
Seriam todos esses valores culturais moralmente
equivalentes aos ocidentais? Francamente,
dizer isso é um relativismo moral.
A maior conquista do Ocidente foi o conceito de
direitos individuais, os quais foram formalizados pela primeira vez na Magna Carta inglesa de
1215. A ideia surgida era a de que indivíduos
possuem determinados
direitos que lhes são inalienáveis. Indivíduos
não existem para servir ao governo; e o governo existe apenas para proteger indivíduos
contra agressões de terceiros. Mas foi
apenas no século XIX que as idéias da liberdade receberam amplo
reconhecimento. No Ocidente, elas foram
popularizadas majoritariamente por meio das obras de filósofos britânicos, como
John Locke, David Hume, Adam Smith e John Stuart Mill.
A liberdade individual implica tolerância às diferenças
entre as pessoas, sejam essas diferenças raciais, sexuais, ideológicas ou políticas. A liberdade também implica uma disposição em
permitir que outras pessoas que discordem de você vivam tranquilamente a vida
delas, desde que elas não agridam nenhum inocente. Mas essa não é exatamente a visão dos
multiculturalistas, que querem impor sua diversidade sobre pessoas que não querem
aceitá-la. Isso já é agressão. Uma coisa é você não concordar com uma
cultura, mas não agredir quem a pratica.
Outra coisa é querer impor, à força, uma cultura a quem discorda dela.
Isso não tem como dar certo.
E é isso o que os imigrantes muçulmanos fazem na Europa. Em algumas partes do Reino Unido, cristãos são
ameaçados de violência pelo simples fato de estarem carregando uma Bíblia. Tentar, pacificamente, converter muçulmanos ao
cristianismo é visto como um crime de ódio.
Mulheres são abordadas por homens muçulmanos por estarem "inapropriadamente"
vestidas. Várias mulheres são sexualmente
agredidas por muçulmanos (mas nenhuma feminista vai a uma organização islâmica
protestar contra a "cultura do estupro").
Em vários países europeus, já foram estabelecidas
várias "zonas proibidas" — nas quais nem a polícia pode entrar — em que a única
lei é a sharia. De
acordo com o jornal britânico Express, "Londres, Paris, Estocolmo e Berlim estão
entre as grandes cidades européias com uma explosiva lista de 900 zonas sem lei
formadas por populações de imigrantes".
Tanto na Europa quanto nos EUA, o multiculturalismo
é uma visão elitista de esquerda, com raízes nas universidades. A elite intelectual, os tribunais e as
agências governamentais empurram sobre a população uma agenda que é tudo, menos
uma defesa dos direitos individuais, da liberdade de não se submeter a um
estilo de vida com o qual não concorda, e da filosofia do viva e deixe
viver. Ao contrário, multiculturalismo/diversidade
é uma agenda que advoga todos os tipos de submissão: submissão a idéias, a
atitudes e a discursos.
Multiculturalismo/diversidade é a imposição de
programas de reeducação, em que os proponentes da diversidade doutrinam
estudantes, intimidam professores dissidentes, e impõem sobre empregados,
gerentes e executivos toda a agenda politicamente correta que já foi pré-estabelecida
como sendo a única aceitável.
Parte dessa doutrinação advoga a proibição de se
fazer qualquer julgamento crítico, ensinando que qualquer estilo de vida é tão válido
e respeitável quanto os outros, e que todas as culturas e seus respectivos valores
são moralmente equivalentes.
Para os adeptos do multiculturalismo e da
diversidade, coisas como cultura, ideias, costumes, artes e habilidades são uma
questão racial, e são determinadas pelo grupo ao qual você pertence. Para
tais pessoas, assim como um indivíduo não tem controle sobre a raça a que
pertence, ele também não tem controle sobre sua cultura. Essa é uma ideia
racista, mas é um racismo politicamente correto. Ela diz que as
convicções, os valores e o caráter não são determinados pelo discernimento
pessoal e pelas escolhas feitas, mas sim determinados geneticamente. Em
outras palavras, como os racistas de outrora afirmavam: a raça determina a
identidade.
Como bem
disse Thomas
Sowell, "o multiculturalismo se resume a isso: você pode elogiar qualquer
cultura do mundo, exceto a cultura ocidental; e você não pode culpar nenhuma cultura do
mundo, apenas a ocidental".
Os valores ocidentais são superiores a todos os
ouros. Mas não é necessário ser
ocidental para se ter valores ocidentais.
Um indivíduo pode ser chinês, japonês, judeu, africano ou árabe e possui
valores ocidentais. Aliás, não é coincidência
que os valores ocidentais da razão e dos direitos individuais tenham produzido
um padrão de vida sem precedentes para o cidadão comum, com saúde, expectativa
de vida, riqueza e conforto crescentes.
Há uma relação inquestionavelmente positiva entre
liberdade e padrão de vida. Há também uma
evidência inquestionável de que nós, ocidentais, não estamos dispostos a nos
defender dos bárbaros. Apenas veja nossa
recente reação ao
massacre de Orlando: em vez de nos concentramos no assassino e sua
mentalidade, nos concentramos na arma que ele utilizou.