Se você acredita que o estado deve se aventurar em
ousadas empreitadas mesmo sem ter conseguido lograr qualquer êxito naquelas
atividades bem mais simples e humildes, então você é de esquerda.
A esquerda defende um estado provedor e
assistencialista não por causa de seu "histórico de sucessos" (isso seria
constrangedor), mas sim por causa de suas boas intenções. "Queremos ajudar o povo!", exclamam
eles.
Para a esquerda progressista, dado que as pessoas
não são decentes e compassivas o bastante para ajudar seus semelhantes que
estão na aflição, a solução é eleger políticos que sejam mais decentes e
compassivos do que essas pessoas egoístas.
Esses políticos, por conseguinte, irão confiscar o dinheiro dessas
pessoas egoístas — sob a ameaça de aprisionamento caso haja resistência —,
repassá-lo para uma custosa e ineficiente burocracia, e gastar o que sobrar com
os pobres, não para realmente solucionar o problema da pobreza, mas sim para torná-lo
perpétuo de maneira a criar uma dependência sem fim. E tudo visando a ganhos políticos e demagógicos.
E então os proponentes do estado assistencialista irão
se dar um tapinha autocongratulatório nas costas e, com isso, aliviar suas
pesadas consciências. Eles irão orgulhosamente
bater no peito e se bendizerem por ter o monopólio da compaixão e ignorar os
destrutivos resultados de sua obra, rotulando de "reacionários" ou "cruéis"
aqueles que tiverem a audácia de apontar esses resultados.
Veja, por exemplo, a saúde pública. O que logrou esse programa caritativo? Histórias de horror oriundas da medicina
socializada não inúmeras e famosas. Doentes
morrendo
na fila, sem atendimento; hospitais
degradados; racionamento
de remédios; consultas
de rotina sendo negadas e fila
de espera de meses (ou mesmo anos) para cirurgias; uma taxa
de mortalidade que seria inaceitável na rede privada.
Mas nada disso constrange a esquerda progressista,
que segue adiante, impávida, em sua defesa por ainda mais saúde estatal para os
pobres. Jamais espere que as notícias horrendas oriundas da saúde
estatal façam os progressistas repensar seu clamor por ainda mais governo na saúde.
O mesmo se aplica ao calamitoso
estado da educação pública, o qual, por mais que fracasse e por mais que
atrase os pobres, segue sendo objeto de clamores cada vez mais intensos da
esquerda.
O que dizer então dos programas de transferência de
renda, cujo dinheiro, em grande parte, não vai para os pobres, que ficam com as
migalhas, mas sim para os próprios membros da burocracia que coordena todo o
esquema, para os consultores, e para as empreiteiras que constroem as moradias
populares? Os pobres são maldosa e
intencionalmente transformados em uma subclasse perpétua, dependente do
governo, para que membros da burocracia e empresários ligados ao governo possam
viver confortavelmente bem à custa de todo o resto da sociedade. O estado assistencialista fez com que
praticamente não haja mais uma genuína mobilidade social. Os degraus mais baixos da escada foram retirados
em nome da compaixão.
Ser um progressista significa jamais ter de pedir
desculpas. Suas boas intenções valem
mais que todos os resultados efetivamente obtidos.
Isso nos leva a uma pergunta muito mais fundamental
sobre essas pessoas que defendem um estado grande: como funciona seu processo
de raciocínio? Ele é tão repleto de inconsistências,
falácias lógicas e noções duvidosas, que o resto de nós fica completamente sem
entender como funciona a mente dessas pessoas.
Premissas falhas, ilógicas ou contraditórias talvez possam ser a razão por
que elas frequentemente chegam a conclusões erradas.
Ao longo dos anos, observei alguns atributos da
mentalidade progressista que são, na melhor das hipóteses, bem questionáveis. Eis uma pequena lista de como essas pessoas
agem e raciocinam:
1. Elas passam mais tempo promovendo a dependência do
que encorajando a autossuficiência.
2. Mentiras e promessas impossíveis não lhe causam
constrangimento, pois elas acreditam que os fins justificam quaisquer meios.
3. Elas acreditam que promessas valem muito mais do
que resultados efetivos.
4. Elas aglomeram e separam as pessoas em grupos e lhes
atribuem direitos fictícios de acordo com as características físicas e
comportamentais desses grupos.
5. Elas não aprenderam nada com a história e nada
sabem de economia.
6. Elas acreditam que afetações de emoção, frases de
efeito, slogans e gritos de guerra superam a razão e a lógica.
7. "Justiça social" é sua expressão favorita, ainda
que essa "justiça" seja conseguida por meio da expropriação da renda alheia.
8. Elas exigem respeito à propriedade apenas quando
a propriedade é delas, mas não quando é sua.
9. Elas preferem lhe calar a entrar em um debate sério.
10. O indivíduo nunca é a minoria que elas dizem
defender.
11. Quando alguém que discorda de suas idéias ganha
alguma proeminência na mídia, elas gritam que está havendo uma "onda fascista".
12. Elas acreditam que um benefício social é um
direito inalienável, mas um salário obtido por meio do esforço próprio é algo
que pode ser confiscado para satisfazer o bem comum.
13. Quando suas políticas fracassam, elas não apenas
não assumem nenhuma responsabilidade por elas, como ainda exigem mais do mesmo.
14. Elas estão sempre ocupadas tentando controlar a
sua vida, mesmo quando a própria vida delas é totalmente problemática.
15. Elas alegam conhecer o futuro (por exemplo, qual
indústria deve ser protegida ou subsidiada) ao mesmo tempo em que não demonstram
nenhuma evidência de que conhecem o passado.
16. Elas desgostam da iniciativa privada não por ter
sólidos argumentos contra ela, mas sim porque não têm a mais mínima ideia de
como abrir uma empresa ou gerenciar uma.
17. Elas criticam indivíduos e empresas por não pagarem
mais impostos, mas elas próprias jamais fazem qualquer "doação voluntária" para
o governo.
18. Elas estão mal-humoradas e zangadas a maior
parte do tempo, encontram motivos para se fazer de vítima a qualquer palavra
proferida, não têm nenhum senso de humor, e não levam na esportiva nenhum tipo
de piada politicamente incorreta.
19. Elas alcançaram a perfeição na arte do jogo
duplo: ao mesmo tempo em que criticam tudo nos outros, se isentam de qualquer
auto-crítica.
20. Elas apelam ao que há de pior em nós ao
enfatizar as divisões raciais, ao estimular a guerra de classes, ao utilizar orientações
sexuais como ferramentas políticas, e ao comprar votos com o dinheiro dos
outros.
21. Elas têm um nível muito alto de expectativas e exigências em relação ao setor privado
e um nível muito baixo em relação ao
setor público.
Em seu livro A
Arte da Guerra, Sun Tzu aconselhou: "Conheça o seu inimigo, conheça a si próprio,
e você estará preparado para travar centenas de batalhas sem sofrer nenhum desastre". Pode ser verdade. Mas o que é garantido é que, quanto mais você
se dedica a estudar a mentalidade revolucionária dos progressistas amantes do
governo, mais difícil é realmente entendê-los.
Apenas ter "boas intenções", como os progressistas
juram ter, não basta. Coisas como razão,
lógica, princípios morais, evidências, resultados, história, experiência,
realidade e fatos são igualmente importantes.