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quinta-feira, 31 dez 2015
Juro não entender o consenso entre os liberais — definidos
aqui como de qualquer estirpe, conquanto que defendam a existência de algum
estado — em delegar ao estado a provisão dos serviços de
segurança,
justiça,
saúde e
educação.
Os liberais dominam com maestria a teoria econômica e
explicam como poucos o quão inerentemente ineficiente é o estado para prover
qualquer serviço ou produto. Mas, por algum motivo — politicamente
estratégico, talvez —, se recusam a aplicar as suas próprias lições à questão
da segurança, justiça, saúde e educação.
Se essas são as funções essenciais em uma sociedade — como
a maioria dos liberais alega — por qual razão deste mundo sujeitar os mais
necessitados a esse arranjo no mínimo insensível?
Quando defendem — e com razão — a redução do estado em
favor da sociedade, eles prontamente concedem que, muito embora sua diminuição
seja necessária, a sua existência para algumas funções básicas é absolutamente
necessária.
Para resolver essa incongruência, seria preferível apenas
defender a redução do estado — e nada além disso — a estar sujeito a ser
atacado por defender posições ilógicas.
Deixemos a discussão das "funções essenciais" para
daqui a algumas décadas ou séculos.
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Acréscimo do editor
Ainda nessa linha, os próprios minarquistas — que defendem
que o estado se ocupe apenas de serviços de segurança e do judiciário — não escapam
da incoerência atroz: segundo eles, o mesmo estado que é incapaz de gerenciar eficientemente
uma escola e um hospital irá, miraculosamente, prover com grande eficiência serviços
policiais e "manter o império isonômico da lei e da ordem" — algo que,
convenhamos, é um tantinho mais difícil do que gerenciar uma escola e um
hospital.