quinta-feira, 14 ago 2014
Artigo atualizado em 06/04/2015As
notícias estão por todos os lados e já são conhecidas por todos: a atividade industrial
está em queda há nada menos que quatro
trimestres consecutivos. São
quatro
trimestres consecutivos de retração na atividade industrial.
Apenas
em fevereiro de 2015, houve um tombo na produção de quase 9% em relação a fevereiro de 2014.
Para
se ter uma ideia, em 12 meses, a quantidade de bens duráveis — mobiliário,
aparelhos eletroeletrônicos, jóias e bijuterias, automóveis novos e usados,
motocicleta e outros — produzidos pela indústria caiu
13,4%. Isso significa que há hoje
3,7% menos bens duráveis produzidos em território nacional e à disposição no
mercado do que havia há 12 meses.
Uma
das consequências desse mergulho da produção industrial é que o pessoal ocupado
na indústria em fevereiro de 2015 recuou
3,4% em relação a fevereiro de 2014..
A narrativa de sempre
Até
o momento, a explicação dada pela imprensa para essa queda da atividade industrial
é bastante convencional.
Segundo
os relatos, a inflação de preços em disparada estaria afetando o poder de
compra das famílias, e esse efeito da carestia estaria sendo intensificado pelo
elevado nível de endividamento das pessoas, que passaram a pagar mais caro pelo
crédito em decorrência do aumento dos juros. Com o consumo mais fraco, os estoques do
comércio aumentaram. Diante disso, os lojistas reduziram as encomendas à
indústria, que então cortou a produção.
Simultaneamente,
a indústria vem sofrendo com a política de aumento salarial do governo, com a
falta de mão-de-obra qualificada, com o excesso de burocracia, com uma
infraestrutura deficiente e com o excesso de impostos, o que faz com que as
empresas já não mais consigam competir com os produtos importados.
Para
piorar, a indústria também não estaria conseguindo competir no exterior porque
o governo não faz acordos comerciais e transformou o Mercosul em um clube
bolivariano.
Como
cereja do bolo, em vez de conquistar a confiança do empresariado, incentivando
os investimentos produtivos com regras consistentes, o governo preferiu intervir
em contratos no setor elétrico, tirando qualquer previsibilidade sobre quanto
custará a energia, item vital na planilha de custos da indústria.
Muito
bem.
À
exceção da parte que diz que a culpa é das importações — o Brasil é hoje a
economia mais fechada do G-20, e também a mais fechada do mundo em
termos de importação de bens e serviços como porcentagem do PIB —, o
diagnóstico até está correto, mas ainda está incompleto.
Culpar o câmbio não cola
Em
primeiro lugar, culpar o câmbio supostamente valorizado pelos problemas atuais
da indústria é algo que não tem o menor sentido econômico. Veja o gráfico da cotação do
câmbio. O câmbio está hoje quase 50% mais
desvalorizado do que estava em meados de 2010, ano da indústria pujante.

Vale
notar que o período do declínio industrial — a partir de meados de 2013 —
coincide totalmente com o período da desvalorização cambial mais intensa (veja mais detalhes aqui). Ou seja, foi justamente no período em que o
câmbio se comportou de maneira mais favorável às exportações — ao menos, segundo os economistas desenvolvimentistas —, que houve a queda
na produção industrial.
Logo,
culpar o câmbio não cola.
A real causa da desindustrialização
Descartado
o câmbio, resta aos economistas entender que a derrocada da indústria
brasileira possui outras raízes, as quais não poderão ser solucionadas com
políticas paliativas e pacotes do governo.
Pode
observar: em toda a sua história, a indústria nacional só não esteve ameaçada
naqueles momentos em que o governo praticamente proibiu as importações e impôs
uma reserva de mercado.
Portanto,
fica a pergunta: quais os principais fatores que afetam o desempenho
industrial?
São
dois: a inflação monetária e os impostos sobre a renda da pessoa jurídica.
Antes
de ir às explicações, duas outras perguntas complementares à resposta acima:
por que é difícil encontrar países com histórico de inflação alta que possuam
uma indústria robusta e eficiente? Da
mesma maneira, por que são exatamente aqueles países com histórico de moeda
sólida e baixa inflação que possuem indústrias eficientes e robustas?
E
então, como a inflação e o imposto sobre a renda da pessoa jurídica atuam para
prejudicar a indústria?
A
inflação monetária — gerada
pela expansão do crédito — aumenta a quantidade de dinheiro na
economia. Esse aumento da quantidade de
dinheiro na economia aumenta o volume de gastos das pessoas, aumenta o consumo
e, consequentemente, aumenta os lucros nominais
das empresas. Esse aumento dos lucros
nominais faz, de um lado, com que as empresas vivenciem uma situação econômica
que aparenta ser melhor do que na realidade é; de outro, faz com que o volume
de impostos sobre a renda que elas têm de pagar aumente na mesma proporção.
Simultaneamente,
a inflação monetária também encarece os preços dos bens de capital (máquinas),
os preços das peças de reposição do maquinário, os preços da mão-de-obra e
todos os demais custos operacionais (contas de luz, água, telefone, aluguel
etc).
Ao
final, as empresas, enganadas pelos falsos lucros gerados pela inflação, terão
feito investimentos errôneos e, ao mesmo tempo, terão menos recursos (os quais
foram confiscados pelos impostos) e terão de arcar com custos operacionais maiores,
o que significa que houve uma redução na sua capacidade de investimento.
A
inflação, portanto, gera um consumo de capital das empresas e afeta sua
capacidade de investir e de aumentar sua produtividade.
Para
entender como ocorre esse processo, são necessárias apenas algumas noções
básicas de contabilidade.
Em
primeiro lugar, para entender como a inflação cria uma aparência de lucros
maiores, é necessário saber que, por uma questão de regra contábil, os custos
que são computados nos balancetes das empresas são necessariamente
"históricos", representam gastos feito no passado. Ou seja, as despesas são computadas antes de as
receitas serem auferidas. E é assim
simplesmente porque a produção é um processo que ocorre ao longo de um período
de tempo.
Mão-de-obra
e bens de capital têm de ser comprados meses — ou até mesmo anos — antes de
os produtos criados serem finalmente vendidos no mercado. Uma grande indústria, ao investir em máquinas
novas e ao contratar mão-de-obra para produzir novos produtos, só irá auferir
as receitas trazidas pela venda destes produtos muito tempo após este investimento. É comum o maquinário e as instalações serem
adquiridos vários anos antes de sua contribuição para o processo de produção
finalmente ocorrer.
Assim,
os custos em que as empresas incorrem para produzir seus bens, e que são
computados em seus balancetes, representam gastos monetários feitos com vários
meses, ou anos, de antecedência. E não são corrigidos ao longo desse
período — tanto porque não há como isso ocorrer quanto pelo fato de que
maiores lucros valorizam ações e satisfazem acionistas.
Se
a Volkswagen adquire hoje maquinários para produzir um novo modelo de carro que
só chegará às ruas daqui a dois anos, os custos deste maquinário serão
computados em seus balancetes hoje (entrarão como ativos, pois representam um
investimento). Já as receitas com as
vendas destes carros só serão auferidas daqui a dois anos.
Sendo
assim, quanto maior for a inflação monetária entre o período em que foram
feitos os investimentos e o período em que ocorrerá as vendas, maior será o lucro nominal desta operação.
Os
investimentos foram feitos em uma época em que a quantidade de dinheiro na
economia era menor, o que significa que os gastos com esses investimentos foram
menores do que seriam caso fossem feitos hoje.
Da mesma maneira, a receita com a venda dos produtos fabricados por
estes investimentos estão ocorrendo em uma época em que a quantidade de dinheiro
na economia é maior. As receitas são
maiores do que seriam caso as vendas ocorressem no passado.
Ou
seja, a inflação monetária ocorrida entre o momento dos investimentos e o
momento da venda dos produtos faz com que o lucro nominal da indústria aumente:
dado que os custos computados nos balancetes refletem despesas feitas lá no
passado, esse aumento nas receitas gerado pela inflação monetária irá
necessariamente aumentar os lucros da
indústria.
Quais
as consequências?
Imagine
uma economia em que a inflação de preços seja zero e a alíquota do IRPJ seja de
35%.
Suponha
que uma indústria tenha feito um investimento em mão-de-obra e maquinário de
R$850 milhões. E suponha que sua receita
bruta, ao final do ano, tenha sido de R$ 1 bilhão. Nesse caso, seu lucro nominal foi de R$ 150
milhões.
Com
uma alíquota de 35%, os impostos que ela pagará serão de R$ 52,5 milhões, o que
lhe deixará com R$ 97,50 milhões extras em caixa ao final do ano.
Como
a inflação de preços é zero, tanto os
custos operacionais quanto os preços dos materiais de reposição que ela terá de
adquirir no ano seguinte não se alteram. Logo, nenhum centavo deste lucro terá de ser
utilizado para arcar com eventuais custos adicionais para o ano seguinte, de
modo que a empresa começará o ano com R$ 97,50 milhões extras e disponíveis
para novos investimentos.
Agora,
suponha que uma expansão do crédito ao longo do ano eleve as receitas desta indústria
em 30% (embora pareça exagerado, o valor é equivalente ao IPCA acumulado ao longo dos últimos 4 anos).
Nesse
caso, a indústria terá agora uma receita bruta anual de R$1,3 bilhão, mas seus
custos operacionais computados continuarão
sendo de R$ 850 milhões. Assim, seu
lucro nominal será de R$ 450 milhões. Com
uma alíquota de 35%, os impostos que ela pagará serão de R$ 157,50 milhões, o
que lhe deixará com um lucro líquido de R$ 292,50 milhões.
Até
aí, ela parece estar em melhor situação.
Só que, por causa da expansão monetária, os preços e os custos também
subiram (no nosso exemplo, 30%).
Portanto, para o ano seguinte, todos os custos incorridos por esta indústria
— compra de bens de capital (máquinas), compra de peças de reposição do
maquinário, o salário da mão-de-obra e todas as demais despesas (contas de luz,
água, telefone, aluguel etc) — subirão 30%, o que significa que uma fatia de
seu lucro líquido terá de ser usada para bancar esse encarecimento.
No
nosso exemplo, os custos operacionais subirão de R$ 850 milhões para R$ 1,105
bilhão (aumento de 30%), o que significa um encarecimento de R$ 255 milhões.
Para
arcar com estes R$ 255 milhões adicionais, o dinheiro terá de ser retirado do
lucro líquido da indústria (de R$ 292,50 milhões), o que a deixará com apenas
R$ 37,50 milhões extras.
Ou
seja, em relação ao primeiro cenário, além de ter menos dinheiro para futuros investimentos,
a indústria terá agora de lidar com uma economia cujos preços estão 30% maiores.
Eis
um resumo:
Cenário 1 (inflação zero):
Receita:
R$ 1 bilhão
Custos
computados: R$ 850 milhões
Lucro
nominal: R$ 150 milhões
Imposto
de renda: R$ 52,50 milhões
Lucro
líquido: R$ 97,5 milhões
Aumento
dos custos no ano seguinte por causa da inflação: R$ 0
Fatia
do lucro líquido a ser utilizada para bancar o aumento dos custos no ano
seguinte: R$ 0
Capital
extra disponível para futuros investimentos: R$ 97,5 milhões
Cenário 2 (inflação de 30%):
Receita:
R$1,3 bilhão
Custos
computados: R$850 milhões
Lucro
nominal: R$ 450 milhões
Imposto
de renda: R$ 157,50 milhões
Lucro
líquido: R$ 292,50 milhões
Aumento
dos custos no ano seguinte por causa da inflação: R$ 255 milhões
Fatia
do lucro líquido a ser utilizada para bancar o aumento dos custos no ano
seguinte: R$ 255 milhões
Capital
extra disponível para novos investimentos: R$ 37,50 milhões (R$ 292,50 - R$
255)
Ou
seja, a inflação falsificou a contabilidade da empresa e gerou a ilusão de
lucros elevados. Mas estes lucros
elevados não apenas eram ilusórios, como na realidade deixaram a empresa com um
poder de compra menor do que ela teria em um ambiente não-inflacionário.
Quanto
maior for a inflação no período, maior será a ilusão contábil da empresa, e
consequentemente menor será a sua capacidade de fazer novos investimentos no
futuro.
O
exemplo numérico acima ajuda a explicar por que é raro encontrar países com
histórico de alta inflação que possuam uma indústria robusta e
competitiva.
Da
mesma maneira, ajuda a entender por que os países com histórico de moeda sólida
e baixa inflação — como Suíça, Alemanha pós-1948 e Japão pós-guerra — possuem
uma indústria forte, eficiente e produtiva.
Também
ajuda a entender por que a China só firmou a sua base industrial após ter
domado sua inflação a partir de meados
da década de 1990. Processo idêntico
ocorreu com
a Coréia do Sul.
Consequências
A
inflação, portanto, cria inicialmente um cenário de falsa prosperidade para a
indústria, que imagina ter lucros maiores do que realmente possui. Essa ilusão de prosperidade faz com que a
indústria faça investimentos que não são economicamente sensatos, mas que, por
causa da contabilidade falsificada pela inflação, parecem fazer todo o sentido.
À
medida que a inflação de preços vai encarecendo seus custos — em conjunto com
outros fatores, como a subida dos juros, o maior endividamento dos
consumidores, e o arrefecimento da demanda —, a situação da indústria começa a
se reverter, e todo aquele bom momento inicial se revela insustentável.
Seus
investimentos iniciais se revelam otimistas demais e sobredimensionados, o que
a leva a tomar medidas como redução de turnos, suspensão temporária de
contratos, férias
coletivas, redução
das horas de trabalho e corte
da produção. No extremo, há demissões
e o fechamento de fábricas.
(Aqui
vale um parêntese: uma eventual hesitação em recorrer a demissões é uma
característica específica do setor industrial. Na indústria, a retenção de mão-de-obra
costuma ser maior do que em outros setores porque o empregado industrial tende
a ser mais qualificado e mais bem treinado do que os dos outros setores. Sendo assim, o custo de demissão é elevado —
e, para contratar outra mão-de-obra novamente, há gastos com treinamento de
pessoal na fábrica e em cursos bancados pela empresa.)
Quanto
maior o histórico inflacionário de um país, mais obsoleta, atrasada e pouco
produtiva é a sua indústria. Eventuais
surtos de bonança são passageiros, e só ocorrem em épocas que sucedem períodos
de inflação de preços mais baixa.
É
por isso que não deveria ter sido surpresa nenhuma quando o próprio Ministro do
Desenvolvimento, Mauro Borges, veio a público confessar
que a indústria brasileira está envelhecida 17 anos em média, e que os
países mais diretamente concorrentes do Brasil contam com indústrias de 7 a 8
anos, na média. Na comparação com os
EUA, a coisa piora; a produtividade brasileira é de apenas 20% da produtividade
da indústria americana.
Com
o nosso histórico inflacionário, realmente não tinha como a indústria nacional
não estar envelhecida. E não tem como
ela ser produtiva.
Infraestrutura também é afetada
Não
é apenas a indústria. A inflação também afeta
toda a infraestrutura estatal do país, de rodovias e ferrovias a portos e
aeroportos.
À
medida que a inflação monetária aumenta as receitas tributárias do governo, os
políticos agem como se realmente possuíssem mais receitas, e saem expandindo os
gastos do governo e concedendo aumentos ao funcionalismo, ignorando a
necessidade de dedicar uma parte dessa receita adicional para a manutenção e o
reparo dessas infraestruturas, cujos custos também aumentaram.
O
resultado são estradas esburacadas, aeroportos saturados, ferrovias em
frangalhos, portos com serviços extremamente lentos, túneis que desabam e
sistema de saneamento ruim e pouco abrangente.
Conclusão
Durante
a época da hiperinflação no Brasil, praticamente nenhuma indústria fazia
planejamento de longo prazo, pois era impossível saber exatamente quais eram os
custos reais e quais eram os lucros genuínos.
Após
a estabilização da economia, a redução da inflação e a abertura dos mercados —
o que permitiu a importação de maquinário de boa qualidade —, a indústria
nacional ganhou algum vigor.
Entre
1999 e 2010, a inflação acumulada em qualquer período de quatro anos sempre foi
menor do que a inflação acumulada no período de quatro anos imediatamente
anterior. (Por exemplo, a inflação acumulada entre 2007 e 2010 foi menor do que
a acumulada entre 2003 e 2006). A partir
de 2011, no entanto, houve uma grave reversão desta tendência. E parece que essa reversão pegou a indústria de
surpresa.
Qualquer
tentativa de revigorar a indústria que não passe pela redução da inflação não
terá nenhum efeito. E desvalorizar o câmbio, uma medida que gera ainda mais carestia, irá apenas piorar as coisas. (Aliás, isso já está acontecendo: nos últimos 3 anos, justamente o período de mais intensa desvalorização cambial, as exportações caíram continuamente, ano após ano).
Além
do problema da inflação, eis uma pequena fatia da carga tributária que incide
sobre a indústria nacional: IRPJ de 15%, mais uma sobretaxa de 10% sobre o
lucro que ultrapassa um determinado valor, mais CSLL de 9%, mais PIS de 1,65%,
e mais COFINS de 7,6%.
E
não nos esqueçamos também da burocracia, das regulamentações restritivas, dos
encargos trabalhistas e sociais, e dos sindicatos.
Sem
que todos esses problemas sejam atacados, não haverá nenhuma solução
minimamente viável. O encolhimento da indústria
brasileira não será revertido por meio de medidas paliativas, por empréstimos do BNDES ou por sucessivos
pacotes reciclados pelo governo. Se a
inflação, a carga tributária, a burocracia e a infraestrutura (necessária para
reduzir os custos operacionais e para escoar os bens produzidos) não forem
atacados, a produtividade e a competitividade da indústria continuarão em
declínio.
Por
fim, é válido enfatizar que deixar indústrias obsoletas quebrarem é mais
economicamente sensato do que tentar salvá-las com os paliativos de sempre, com
mais subsídios, mais reservas de mercado, mais proteção cambial e mais tarifas
de importação.
E
isso nos leva às perguntas que realmente interessam: o país realmente tem a
propensão para produzir coisas valiosas? É economicamente sensato tentar produzir
todas as linhas de industrializados no Brasil, de panelas e pentes a navios e
satélites? Por acaso cortar,
entortar e rebitar ferro — tarefas que um xing-ling é capaz de
executar a custos irrisórios — são coisas economicamente prementes para o
país ou será que o governo quer que isso seja feito apenas para exibir estatísticas de
produção industrial?
Tentar
manipular o câmbio e proibir brasileiros de comprar produtos estrangeiros e de
maior qualidade com o intuito de exibir estatísticas positivas para a balança
comercial servirá apenas para inflar as contas bancárias dos barões da
FIESP. Não podemos ser obrigados — por
causa da incompetência do governo — a comprar porcarias fabricadas em solo
nacional em detrimento de produtos de maior qualidade fabricados no exterior.