Alguns
anos atrás, uma pessoa disse que, de acordo com as leis da aerodinâmica, um
abelhão não pode voar. Mas os abelhões,
alheios às leis da aerodinâmica, vão em frente, contrariam os dizeres dos
especialistas, e voam assim mesmo.
Algo
semelhante ocorre entre as pessoas. Enormes
e tediosos estudos acadêmicos, bem como melancólicos e sombrios editoriais de determinados
jornais, são produzidos às pencas lamentando o fato de que a maioria das
pessoas pobres e negras não consegue ascender socialmente, e que isso seria uma
fragorosa demonstração de discriminação.
O
curioso é que, em vários países ao redor do mundo, inclusive naqueles países
chamados de terceiro mundo, vários imigrantes extremamente pobres,
principalmente oriundos da Ásia, não apenas conseguem prosperar mesmo sendo de
uma cultura totalmente distinta, como também conseguem enriquecer sem jamais
recorrer a favores especiais e a políticas de ação afirmativa.
Normalmente,
estes imigrantes asiáticos chegam a um novo país praticamente sem nenhum
dinheiro, sem nenhum conhecimento do novo idioma e sem nenhuma afinidade
cultural. Eles frequentemente começam
trabalhando em empregos de baixa remuneração.
Mas trabalham muito. A norma é trabalharem
em mais de um emprego. Trabalham tanto
que conseguem poupar e, após alguns anos, utilizam esta poupança para
empreender.
Muitos abrem um pequeno
comércio, no qual continuam trabalhando longas horas e ainda continuam
poupando, de modo que se tornam capazes de mandar seus filhos para a escola e
para a faculdade. Seus filhos, por sua
vez, sabem que seus pais não apenas esperam, como também exigem, que eles sejam
igualmente disciplinados, bons alunos e trabalhadores.
Vários
intelectuais já tentaram explicar por que os imigrantes asiáticos são tão bem-sucedidos
tanto em termos educacionais quanto em termos econômicos. Frequentemente chega-se à conclusão de que
eles possuem algumas características especiais.
Isso pode ser verdade, mas seu sucesso também pode ser atribuído a algo
que eles não têm: "líderes" e
autoproclamados porta-vozes lhes dizendo diariamente que são incapazes de
prosperar por conta própria, que o sistema está contra eles, que eles não têm
chance de ascender socialmente caso não sigam os slogans repetidos
mecanicamente por estes líderes e sociólogos, e que por isso devem se juntar
sob o rótulo de "vítimas do sistema" e exigir políticas especiais e tratamento
diferenciado.
Vá
a qualquer país, seja ele rico ou em desenvolvimento, e pesquise sobre a
existência de "líderes" e de grupos de interesse voltados para a promoção de
políticas de ação afirmativa para os asiáticos.
Você não encontrará. Você não
encontrará sociólogos dizendo que os imigrantes asiáticos, por serem minoria e
por estarem culturalmente deslocados, estão em desvantagem e que por isso o
governo deve criar leis de cotas para ajudá-los a ascender socialmente.
Infelizmente,
é exatamente esta linha de raciocínio, só que em relação aos negros, que vem
sendo diariamente propagada por acadêmicos e sociólogos irresponsáveis. Eles são a versão humana das leis da
aerodinâmica, que dizem precipitadamente que determinadas pessoas não podem
ascender e prosperar a menos que haja um empurrão do governo.
Aquelas
alegações morais que foram feitas no passado por gerações de genuínos líderes
negros — alegações que acabaram por tocar a consciência de várias nações e que
viraram a maré em prol dos direitos civis para todos — hoje foram
desvalorizadas e apequenadas por uma geração de intelectuais, sociólogos e
autoproclamados "líderes" de movimentos raciais que tratam os negros como seres
abertamente incapazes de prosperar sem a ajuda destes pretensos humanistas, os
quais agem abertamente de acordo com uma agenda política de escusos interesses
próprios.
O
que é perfeitamente perceptível é que, ao longo das gerações, as pessoas que
dizem falar em prol do "movimento negro" sofreram uma mutação de caráter: se
antes possuíam uma alma nobre, hoje não passam de charlatães descarados. Após a implantação definitiva de políticas de
ação afirmativa nos EUA, esses charlatães perceberam que era muito fácil
ganhar dinheiro, poder e fama ao redor do mundo ao simplesmente se dedicarem à
promoção de ações e políticas raciais que são totalmente contraproducentes aos
interesses das pessoas que eles próprios dizem liderar e defender.
No
passado, vários outros grupos de imigrantes também representavam minorias que
tinham tudo para ser consideradas oprimidas e discriminadas, pois chegavam a
outros países quase sem nenhum dinheiro, com pouquíssima educação e com total
desconhecimento da cultura local, mas que não obstante ascenderam por conta
própria, muito provavelmente porque não foram "privatizadas" por líderes
raciais. Imigrantes e outras minorias
que nunca tiveram "porta-vozes" e "líderes" raramente dependeram de subsídios
do governo e quase sempre apresentaram altos níveis educacionais obtidos com o
esforço próprio.
Grupos
que ascenderam da pobreza à prosperidade raramente o fizeram por meio de
líderes étnicos ou raciais. Ao passo que
é fácil citar os nomes de vários líderes do "movimento negro" ao redor do
mundo, tanto atuais quanto os do passado, quantos são os lideres étnicos que
defendem os interesses dos asiáticos ou dos judeus em países em que eles são a
minoria?
Ninguém
pode negar que há anti-semitismo e que já houve discriminação aos
asiáticos. Sempre houve. Mas eles nunca seguiram "líderes" cujas
mensagens e atitudes serviram apenas para mantê-los presos à condição de
bovinos.
Essa
postura de dizer aos seus "seguidores" que eles são mais atrasados, tanto
econômica quanto educacionalmente, por causa de outros grupos "opressores" — e
que, portanto, eles devem odiar estas outras pessoas — tem paralelos na
história recente. Essa foi a mesma
motivação utilizada pelos movimentos anti-semita no Leste Europeu no período
entre-guerras, pelos movimentos anti-Ibo na Nigéria na década de 1960, e pelos
movimentos anti-Tamil, que fizeram com que o Sri Lanka, outrora uma nação
pacífica e famosa por sua harmonia intergrupal, se rebaixasse, por influência
de intelectuais, à violência étnica e depois se degenerasse em uma guerra civil
que durou décadas e produziu indescritíveis atrocidades.
Será
tão difícil entender, mesmo com todos os exemplos históricos, que o progresso não
pode ser alcançado por meio de líderes raciais ou étnicos? Tais líderes possuem incentivos em demasia
para promover atitudes e políticas polarizadoras que são contraproducentes para
as minorias que eles juram defender e desastrosas para o país. Eles se utilizam das minorias para proveito
próprio, atribuindo a elas incapacidades crônicas que supostamente só podem ser
resolvidas por políticas que eles irão criar.
Eles são os verdadeiros racistas.